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Botânica: Viagem ao futuro

Os botânicos que estão procurando numa árvore um jeito de limpar o ar e de evitar que o clima enlouqueça

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 30 jun 2004, 22h00

Alexandre Versignassi, de São Paulo (SP)

Tem uma máquina do tempo no Instituto de Botânica de São Paulo. A Super embarcou nela para o ano de 2075. Um futuro barra-pesada. À beira do século 22 o mundo ainda não encontrou uma boa alternativa à queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão. O ar está entupido de gás carbônico. Graças ao efeito estufa, tempestades, nevascas e ondas de calor torturam o planeta. O fim está perto. Fazer o que para brecar tudo isso? Exatamente o que o pessoal do Instituto já está fazendo: achar um jeito de varrer gás carbônico do ar.

A tal “máquina do tempo” é uma câmara que simula essa possível atmosfera do futuro. Dentro dela o ar tem duas vezes mais gás carbônico que fora, justamente o que se prevê para 2075 caso nada mude. Os botânicos testam lá como algumas árvores reagem a esse ambiente. Isso porque plantas retiram gás carbônico do céu. Portanto, quanto mais árvores, menos CO2. Uma equação simples. Mas com um problema: há um limite para a quantidade de gás que um vegetal consegue “comer”. Tem uma hora que ele simplesmente satura. Hoje, a atmosfera tem 75% mais gás carbônico que em 1850, e os vegetais já parecem quase empanturrados. Se a quantidade de CO2 continuar subindo nesse ritmo e as plantas ficarem com o apetite estagnado, vai ser cada vez mais difícil varrer o ar.

Um beco sem saída? Não. A equipe liderada pelo botânico Marcos Buckridge, do Instituto, descobriu que algumas plantas têm um apetite por gás carbônico maior que outras. “Vimos que o jatobá assimila duas vezes mais CO2 numa atmosfera com o dobro do gás”, diz Marcos. Ou seja: uma floresta com mais jatobás limparia melhor a atmosfera do futuro. Mas o projeto não fica só nisso. “A idéia é estudar os genes que fazem o jatobá se comportar assim, para depois passar essa característica para outras plantas”, afirma. A tendência é que a necessidade de reduzir as emissões do gás crie um mercado novo: o da venda de “créditos” de carbono. Países que emitem muito CO2 teriam de comprar o direito de poluir. E o pagamento iria para as nações com mais capacidade de varrer o gás. No fim das contas, o trabalho com o jatobá pode fazer o Brasil lucrar. Claro que ninguém sabe se o mercado de carbono vai vingar. Enquanto isso não se decide, homens e máquinas do Instituto de Botânica continuam mirando o futuro.

Como ajudar

Colaborar para diminuir a concentração de CO2 está ao alcance de todos: prefira um carro à alcool, ou ainda, uma bicicleta. Contatos pelo e-mail msbuck@usp.com.br

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