Comida de peixe
Os pesquisadores que querem servir aos peixes o queaté hoje foi tratado como lixo
Alexandre Versignassi, de Mogi das Cruzes (SP)
A pesca está agonizando. Já comemos 50% dos estoques marinhos, e a outra metade não dá pinta de que vai durar muito. A melhor saída para manter essa fonte de proteína no cardápio é diminuir a pesca predatória e aumentar a criação de peixes em cativeiro. Mas alimentar os animais nessas fazendas aquáticas sai caro: a ração corresponde a 70% dos gastos do criador. Desenvolver rações mais baratas é o objetivo do grupo liderado pela bióloga Elisa Esposito, da Universidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo. Eles vêm testando o uso de resíduos agroindustriais, que não custam nada, como fonte de alimento.
Extrair comida daí, além de reduzir os custos do cultivo, pode trazer um bônus ambiental. Alguns dos dejetos testados são poluentes, como o soro de leite, despejado em rios por empresas de laticínio. Mesmo fábricas pequenas jogam em média 3 800 litros de soro por dia, o equivalente em poluição ao que 1 800 pessoas deixam na privada. Encontrar outro destino para esses restos não é apenas uma sacada boa. Do jeito que as coisas vão, é uma necessidade.
Como ajudar
Para trocar experiências com os cientistas, escreva para elisa@umc.br.