Como as Lagartixa corre no teto da casa
Americanos descobriu que o animal é capaz de criar uma interação atômica temporária com a parede graças a estruturas microscópicas existentes na sua pata conhecidas como setas.
Esqueça essa história de ventosa. O que permite às lagartixas desafiar a lei da gravidade e correr no teto da casa são as mesmas forças que atuam em ligações químicas. Chamadas forças de Van der Waals, elas são responsáveis pela atração entre certas moléculas, como as do carbono, no grafite, e as dos gases em geral. Sob certas condições essas moléculas trocam elétrons e se atraem (veja o infográfico). Um grupo de pesquisadores americanos descobriu que o animal é capaz de criar uma interação atômica temporária com a parede graças a estruturas microscópicas existentes na sua pata conhecidas como setas. Cada seta tem uma ponta em forma de brócolis onde se localizam entre 400 e 1 000 espátulas de meio milésimo de milímetro cada uma. São essas pontas que trocam elétrons com paredes ou outras superfícies lisas. A força criada pelo contato é equivalente a dez vezes a pressão do ar – o suficiente para entortar um arame. “Elas fazem isso de uma maneira limpa, sem nenhum tipo de substância pegajosa”, maravilha-se o biólogo Robert Full, da Universidade da Califórnia em Berkeley. Os pesquisadores acham que a lagartixa pode inspirar a ciência a produzir um adesivo sintético autolimpante no futuro.
Para o teto e avante
Troca de elétrons entre a pata e a parede sustenta lagartixa.
1. As patas da lagartixa têm, cada uma, cerca de 2 milhões de pequenos vasos chamados setas. Cada seta possui na ponta centenas de espátulas de meio milésimo de milímetro.
2. Em contato com uma superfície lisa, as espátulas provocam um deslocamento de elétrons que faz com que as moléculas da pata e as da parede se atraiam mutuamente.