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Cubo mágico, TV para cachorros e o fim da enxaqueca. Na SUPER de dezembro

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Por SUPER
Atualizado em 12 mar 2024, 10h37 - Publicado em 23 nov 2018, 19h35

REPORTAGEM DE CAPA

O fim da enxaqueca

Ela afeta uma em cada cinco mulheres, e um em cada 20 homens. Mas pode estar com os dias contados: uma nova forma de tratamento promete livrar nossas cabeças dessa dor.
A enxaqueca é uma doença cerebral, recorrente e hereditária. Ela confere ao enxaquecoso um cérebro diferente, tanto durante as crises quanto fora delas.

Nas linhas abaixo, você vai entender como a enxaqueca acontece, por que ela acontece e quais são as ferramentas mais recentes para tratar esse mal. Primeiro, porém, é preciso que fique claro: quem sofre de enxaqueca tem um problema neurológico. Nasce com ele e, sem tratamento, vai morrer com ele. A enxaqueca não é consequência de nenhuma dieta nem de estilo de vida.

Mesmo assim, você deve ter passado boa parte da vida acreditando que enxaqueca era só um nome pomposo para dores de cabeça muito fortes. Diagnosticada há 12 anos, eu mesma passei a maior parte desse tempo entendendo a enxaqueca apenas como a dor latejante que me levava aos prantos ao pronto-socorro.

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Os primeiros relatos de enxaqueca são tão antigos quanto a invenção da escrita. Mais tarde, os gregos a batizaram de “hemicrânia” – que quer dizer “metade do crânio” –, já que os pulsos de dor costumam tomar, majoritariamente, um dos lados da cabeça, perto das têmporas. A palavra árabe ax-xaqíqâ tem o mesmo significado – e foi ela que deu origem a jaqueca, em espanhol, e ao nosso “enxaqueca”.

Não é só no local da dor, porém, que a enxaqueca difere de outras cefaleias. Ela tem outros sintomas menos famosos. Eles vêm em surtos, ou “crises”, que podem durar de 4 a 72 horas. Costumam incluir náuseas e vômitos, além de sensibilidade extrema a qualquer tipo de estímulo: visual, olfativo ou sonoro. Cada pessoa tem seu próprio jeito de descrever o momento da crise. O grande ponto em comum é que situações corriqueiras se tornam excessivas em todos os aspectos: a iluminação de casa se torna ofuscante. O perfume da vizinha no elevador, insuportável. O barulho do telefone, ensurdecedor. Meu tormento particular durante um ataque de enxaqueca é caminhar. Cada passo reverbera pelo corpo como se alguém golpeasse um gongo – e o gongo, no caso, é minha própria cabeça. (continua aqui)

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Três contos sobre o tempo

Uma TV só para cães. Conchas que também são calendários geológicos. O relógio escondido no seu DNA que marca a passagem dos milênios. O significado do tempo para a biologia em três atos.  

Está no YouTube: um cachorro loiro bonachão abana o rabo com gosto enquanto acompanha com a cabeça o movimento de uma bolinha na tela da TV. A bolinha pula de um lado para o outro em uma pista de skate psicodélica, que parece um protetor de tela do Windows 95. Por vários minutos. Se essa programação soa monótona para você, ótimo, porque ela não é mesmo feita para você: é feita para o cachorro. A DogTV, lançada em outubro de 2017 no Brasil, é o primeiro canal desenvolvido só para deleitar o melhor amigo do homem.

Tudo é pensado nos mínimos detalhes: as cores são reguladas para a visão do animal. Os programas duram 6 minutos, período máximo pelo qual o cãozinho presta atenção em uma coisa só. O mais importante, porém, não se vê: há 10 ou 15 anos, um canal canino seria inviável. Porque cachorros não conseguem assistir TVs de tubo: só Led, LCD ou qualquer tecnologia mais avançada que raios catódicos.

A explicação disso é a seguinte: um vídeo nada mais é do que uma sequência de fotos passada rápido. Tão rápido que seus olhos são incapazes de entender quando terminou uma foto e começou a outra. Cada foto é chamada de frame, e é a fusão dos frames que dá a ilusão de movimento. TVs de tubo exibem no máximo 60 frames por segundo, e isso é suficiente para enganar um ser humano, pois nossos olhos também veem o mundo nesse ritmo. Se você fosse capaz de piscar uma lanterna a mais de 60 hertz, o intervalo entre cada flash seria tão curto que o cérebro se tornaria incapaz de captá-lo: você enxergaria uma luz contínua.

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Acontece que esse valor – chamado em inglês de flickr fusion rate, “taxa de fusão de luz piscante” – não é constante na natureza. Animais diferentes precisam que a tela pisque em ritmos diferentes para ter ilusão de movimento. “Cães veem o mundo mais rápido: a taxa de fusão deles é de 70 a 80 piscadas por segundo”, explica Ron Levi, criador do canal. “Isso significa que quando eles assistem uma velha TV de tubo, que exibe algo entre 50 e 60 frames por segundo, eles veem as imagens piscando em vez de ter a sensação de continuidade.” Em 2013, Kevin Healy, zoólogo do Trinity College de Dublin, na Irlanda, compilou experimentos que medissem essa taxa em diferentes espécies. Ele e sua equipe descobriram uma correlação quase infalível: quanto maior o bicho, menos frames por segundo ele precisa para ver TV. Um pombo exige 100. Um esquilo, 120. (continua aqui).

Pílula rosa

“Viagra feminino”: a polêmica história da pílula rosa  

Ela promete fazer pelas mulheres o que o Viagra fez pelos homens. Mas não funciona direito – e tem um efeito colateral perigoso. 

Depois de quatro anos testando o citrato de sildenafila, uma droga para tratar pressão alta e angina (dores no peito), a Pfizer já se preparava para jogar a toalha. O remédio não funcionava, e os executivos da empresa deram um ultimato aos pesquisadores: ou eles provavam a eficácia da droga, ou o projeto seria encerrado. Alguns dias depois, um teste revelou algo intrigante. Ok, o remédio não fazia efeito sobre o coração – mas, por algum motivo, os homens que o tomavam tinham mais ereções durante a noite.

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Estava descoberto o verdadeiro papel da sildenafila: tratar a disfunção erétil. Nascia ali o Viagra, que chegaria ao mercado quase uma década depois, em 1998. A Pfizer faturou mais de US$ 20 bilhões com o remédio, e desde então a indústria farmacêutica persegue uma versão feminina da droga – pois ela poderia gerar lucros até maiores, já que disfunções sexuais são mais comuns entre as mulheres (segundo a Sociedade Internacional de Medicina Sexual, 30% delas relatam algum problema do tipo, contra 15% dos homens).

Esse remédio existe. Chama-se Addyi, e já está à venda nos Estados Unidos. Trata-se de uma pílula rosa, que tem como princípio ativo a flibanserina e é o mais próximo que a ciência chegou de um “Viagra feminino”. Para entender o que ela faz no organismo de mulheres com baixa libido, é preciso entender os mecanismos por trás do prazer feminino. E, não, isso não diz respeito apenas ao clitóris. (continua aqui)

O campeonato mundial de cubo mágico

Para a maioria das pessoas, ele é só um brinquedinho complicado. Mas cubo mágico também é um esporte, com sua própria Copa do Mundo – e nós estivemos lá.

Feliks Zemdegs está tenso. O australiano de 22 anos, recordista mundial de cubo mágico (que ele resolve em inacreditáveis 4,22 segundos), sobe ao palco olhando para baixo. Seu oponente, o canadense Bill Wang, não parece mais tranquilo – mesmo tendo acabado de vencer a disputa na categoria one-handed, em que só é permitido usar uma das mãos. Feliks e Bill vão se enfrentar na grande final do campeonato mundial de cubo mágico, que reúne competidores de 17 países, inclusive o Brasil. Este ano ele acontece em Boston, nos EUA.

O primeiro campeonato de montagem de cubos aconteceu em Budapeste, capital da Hungria ainda comunista, em 1982. O vencedor foi o vietnamita Minh Thai, que resolveu um cubo em 22,9 s (hoje, os melhores atletas conseguiriam montar cinco nesse mesmo tempo). Para conhecer esse universo, resolvi não só assistir a um campeonato, mas também participar de um. Descobri as técnicas e os truques que os profissionais usam para zerar os cubos em segundos – e constatei que sou capaz de resolvê-los bem mais rápido do que imaginava. A final do mundial está prestes a começar – e vou assisti-la ao lado de ninguém menos que Erno Rubik, 74 anos, o inventor do cubo mágico. (continua aqui).

Le monde des escargots

A história e a indústria por trás do molusco terrestre que se tornou símbolo da alta gastronomia.

Ele pode não causar muita empatIa de cara. Mas não é difícil se identificar com a personalidade do caracol – “escargot”, em francês.  Ele gosta de temperaturas amenas, por volta de 14 graus. Quando esquenta ou esfria demais, o bichinho se enterra no chão até que o clima melhore. No inverno, ele hiberna – ainda bem, porque sem essa soneca o escargot se torna estéril. Ele é hermafrodita, mas mesmo assim precisa encontrar um par para procriar. Quando vê algo que não gosta, simplesmente entra em sua concha e espera a ameaça passar.

O poeta grego Anaxilas escreveu: “Por não confiarem em ninguém, os caracóis transportam a casa deles sempre consigo”. Mesmo com seu ritmo lento e uma aparência que, convenhamos, não ajuda, o caracol se tornou símbolo da gastronomia francesa. E ele continua avançando, lentamente, para, quem sabe, conquistar o seu lugar nos cardápios do mundo inteiro. Nas próximas páginas, você vai conhecer melhor a história e as glórias do molusco. (continua aqui)


(Tomás Arthuzzi/Superinteressante)

 

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