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Fazendas aquáticas

A criação de peixes e o cultivo das algas mostram o caminho da exploração racional do oceanos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h59 - Publicado em 31 mar 1992, 22h00

Spensy Pimentel

A preservação dos oceanos não é só uma questão de equilíbrio ecológico, mas também de cálculo econômico. Se a humanidade for esperta, terá à sua disposição uma fabulosa fonte de recursos naturais, muitos deles inexplorados. As algas, por exemplo, só agora começam a ser estudadas – e aproveitadas – no Ocidente, enquanto os países asiáticos já cultivam em grande escala trinta variedades diferentes. Algumas delas vão direto para a panela. Outras entram como ingrediente na produção de rações para animais, de cosméticos e de alimentos industrializados, como gelatinas. A Coréia do Sul e a China produzem, cada um, 250 000 toneladas de algas por ano, em média.

Outro filão promissor é a criação de peixes e de crustáceos. As fazendas marinhas surgiram na década de 70, quando se descobriu que o mar não era a fonte inesgotável de alimentos que se pensava. Hoje a aqüicultura, como é chamada, está em crescimento acelerado no mundo inteiro, à taxa média anual de 14%. Na Noruega, a criação de salmão em cativeiro ocupa um em cada dez trabalhadores. O Brasil ainda está engatinhando nesse negócio, com uma produção de 87 000 toneladas em 1997 – quase nada, comparado com os 24 milhões de toneladas da China, líder mundial no setor. Já o cultivo brasileiro de camarões está bem avançado e a previsão é de que, em 2001, a quantidade criada em tanques será maior que a capturada no mar. “Manter apenas a coleta de organismos marinhos é insustentável”, adverte o biólogo Eurico Cabral de Oliveira, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. “O cultivo e a criação são a melhor alternativa para o futuro.”

Farmácia sob as ondas

Nas últimas décadas a Medicina mergulhou no mar em busca da cura para diversas doenças. Só para combater o câncer, segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, estão sendo pesquisadas mais de trinta substâncias originárias de organismos marinhos. Os possíveis remédios vêm das mais diversas fontes, das esponjas aos ouriços-do-mar . Das algas são extraídos medicamentos anticoagulantes e redutores do colesterol. Apesar de os resultados iniciais serem animadores, ainda há muito por fazer. O Japão, país mais avançado nas pesquisas, só conseguiu identificar até agora 3 000 substâncias farmacêuticas ativas em organismos marinhos, enquanto os cientistas acreditam que existam milhões à espera de serem decifradas.

A força que nunca cessa

A mesma onda que leva barcos e surfistas pode gerar energia.

Pegar onda dá a maior energia. Isso não é papo de surfista, embora pareça. Na cidade de Yura, no Japão, já está funcionando o protótipo de uma usina que aproveita as ondas do mar para movimentar turbinas e produzir eletricidade. A Escócia está realizando experiências semelhantes. As marés, outra forma de movimento das águas oceânicas, já são utilizadas na geração de energia desde a década de 60. Na foz do Rio Rance, na França, há uma barragem dotada de turbinas hidrelétricas que funcionam de acordo com o sobe-e-desce das marés. Dificuldades tecnológicas e comerciais ainda mantêm projetos como esses em estágio experimental. Mas ninguém duvida de que, no próximo século, com o esgotamento do petróleo, os oceanos se tornarão uma alternativa viável de geração de energia.

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