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Folhas viradas no livro da floresta

Exemplos de folhas frágeis que estão ameaçadas de extinção, atacadas por doenças, desmatamento ou poluição.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h59 - Publicado em 31 out 1991, 22h00

Uma folha é tão delicada quanto sua própria beleza. Os exemplos estampados nestas paginas revelam essa fragilidade: são de espécies de arvores ameaçadas de extinção, atacadas por doenças, desmatamento ou poluição. Uma espécie de hibisco esta reduzida a dois sobreviventes; já o olmo europeu sofre de uma doença incurável e uma espécie da Ilha Reunião, no Oceano Indico, esta extinta.

Nome: Hibisco, Hibiscus liliiflorus
Habitat: Ilha Rodrigues (Oceano Índico)
Situação: quase extinto

Esta planta tem sido destruída como que por mágica. Os nativos da ilha acreditam que ela tem poderes sobrenaturais, e por isso a cortam tão rapidamente quanto ela cresce. Originaria de reunião, onde floresceu comumente no passado, restam apenas dois exemplares – os últimos dessa espécie no mundo – em Rodrigues. Este hibisco é diferente daqueles que nos acostumamos a ver enfeitando os jardins, que não estão ameaçados de extinção.

Nos últimos quarenta anos, 40% das florestas tropicais do mundo foram destruídas. A cada ano que passa o que restou se reduz em mais de 2%. Quando as florestas morrem, inumeráveis espécies de plantas vivas se extinguem e de algumas delas sobrarão apenas registros fotográficos. É provável também que seja tarde para salvar o café-marrom. Ao final, as fotos servirão aos botânicos do futuro, que poderão ter uma idéia de como eram ou pareciam ser essas plantas. Na tentativa der preservá-las, mudas de algumas espécies ameaçadas estão sendo cultivadas em jardins botânicos. Freqüentemente, entretanto, tais mudas não produzem sementes, e nessas circunstâncias será impossível reviver as espécies depois de mortas, fora da vida silvestre.

Centenas de espécies se tornarão extintas antes que algum botânico tenha chance de classificá-las. Centenas de outras cairão no esquecimento, inteiramente desconhecidas. Num espaço de trinta anos, 60 000 espécies de plantas terão desaparecido da face da terra, sentencia Peter Raven, diretor do jardim Botânico do Missouri, nos estados Unidos. No ano 2040 restarão poucas florestas em todo o mundo. A perda total de arvores trará consigo o sofrimento humano, e diante dele a destruição da vida das plantas vai parecer um problema supérfluo. Assim, vale a pena gastar tempo para aproveitar um pouco da flora exótica enquanto podemos nos dar a esse luxo. Se não virarmos a folha rapidamente, não haverá novas folhas a serem viradas.

Nome: Cipreste-de-tassili, Cupressus dupreziana
Habitat: Saara
Situação: ameaçado pela desertificação

Este cipreste floresceu no Saara quando ali ainda existiam florestas, ate cerca de 2 milhões de anos atrás. Em Tassili, na Argélia, sobrevive esquecida uma colônia de 150 arvores, das quais a mais velha era uma jovem quando Cleópatra governava o das quais a mais velha era uma jovem quando pararam de se regenerar e morrerão, a menos que consigam se readaptar.

Nome: Olmo- europeu, Ulmus parvifolia
Habitat: Europa
Situação: quase extinto

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A doença que ataca o olmo é conhecida na Europa desde 1910. Foi mais tarde detectada para a Europa, por acidente, na década de 70 via Amsterdã. Por isso é chamada de doença holandesa do olmo. Alguns sobrevivem na frança e há uma pequena colônia em Brighton, Inglaterra, que resistiu à grande tempestade que se abateu sobre a cidade em 1987. Fora daí, nunca mais se viu um olmo adulto na Inglaterra e dentro de pouco tempo também deixara de existir na França.

Nome: Strongylodon macrobotrys (sem nome em português)
Habitat: Filipinas
Situação: em via de extinção

Cresce nas florestas das Filipinas e dá uma rara flor verde, da cor do jade, considerada por muitos botânicos a mais linda do mundo. Entretanto, a próxima geração de botânicos poderá ter de escolher uma nova flor favorita, pois as florestas que ate recentemente cobriam a maior parte do país então desaparecendo. Resta como consolo saber que, alem das Filipinas, essa planta existe em outros lugares do mundo, pois tem alto valor comercial. No Brasil, é conhecida como flor-de-jade.

Nome: Ochrosia borbonica (sem nome em português)
Habitat: ilha reunião
Situação: ameaçada pelo desmatamento

Se essa planta se extinguir, será uma péssima noticia não só para os botânicos, mas também para os cientistas que pesquisam o câncer. Uma das mais ameaçadas da Ilha Reunião, ela contem substancias medicinais que podem ser aproveitadas no tratamento da leucemia.

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Nome: Café-marrom, ramosmania heterophylla
Habitat: Ilha Rodrigues (oceano indico)
Situação: condenado á extinção

Trata-se de um sobrevivente isolado na selva que tenta se proteger dos pecuaristas. Mudas estão sendo cultivadas no Kew Gardens, o real Jardim Botânico britânico, mas esses exemplares são estéreis. Como não produzem sementes, a espécie esta coordenada. O café-marrom é parente dos cafeeiros plantados no Brasil.

Nome: Acer saccharinum (seu nome em português)
Habitat: leste dos Estados Unidos e leste do Canadá
Situação: em declínio

Arvore símbolo do Canadá, ela vem sendo destruída pela poluição industrial, proveniente dos Estados Unidos. Dois milhões delas foram mortos, vitimas da chuva acida provocada pelas emissões de enxofre das estações de energia situadas na Pensilvânia e em Ohio.

Nome: Tournefortia arborescens
Habitat: Ilha Reunião (oceano indico)
Situação: extinta

Esta é a imagem de uma planta que não existe mais. Ela se extinguiu nos anos 80, e a foto pertence a um museu de historias natural. Centenas de outras espécies estão seguindo o mesmo caminho, o da extinção.

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Nome: Caroba-da-somalia, ceratonia oreothauma
Habitat: Omã e Somália
Situação: declinando rapidamente

Hoje, centenas de somalis se aquecem, como fizeram durante séculos, com o fogo da madeira dessa planta (uma leguminosa, que dá frutos em forma de legume, como o feijão, por exemplo). Alem disso, os rebanhos se alimentam das plantas jovens. No Brasil também existe uma planta chamada caroba, mas é da família do ipê.

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