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O duro (e lucrativo) trabalho das sereias profissionais

Elas se dão bem, mas realizar o sonho da cauda própria exige um físico de superatleta e um comprometimento quase agressivo com a personagem.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 nov 2017, 13h06 - Publicado em 1 nov 2016, 19h33

Junte mitologia, um pouco de tecnologia e uma geração que trocou comprar coisas por comprar experiências. O improvável resultado é um rico mercado… de sereias. Contratadas para eventos de empresas, celebridades ou festas de aniversário de crianças ricas e fãs da Disney, dá para tirar mais de US$ 1 mil de cachê por trabalho.

Transformar fantasia em realidade tem um custo físico. Contratadas para deixar o ambiente bonito e exótico — e possibilitar aquela fotinho legal para o Instagram — as sereias precisam manter os olhos abertos e o sorriso brilhante, seja na água salgada, seja na piscina com cloro.

Não é problema para Linden Wolbert. Com um canal no Youtube que rende milhares de views (e dólares), ela é uma das sereias profissionais mais famosas dos Estados Unidos. Também é (e precisa ser) uma superatleta: com formação de mergulhadora no currículo, ela começou a carreira mitológica como modelo debaixo d’água. Ela é capaz de ficar mais de 5 minutos sem respirar e, em um fôlego só, descer a 35 metros de profundidade.

Na maior parte do tempo, as táticas de mergulho marítimo livre não são tão necessárias — a maioria dos eventos que contratam Linden usam grandes tanques ou piscinas e são. Mas mesmo na piscina rasa, o trabalho de sereia é um baita exercício. O peso da cauda personalizada ultrapassa os 20 kg.

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A americana, que criou a websérie The Mermaid Minute (O Minuto da Sereia), foi uma das primeiras a lançar o serviço. Na época, a cauda de sereia ainda não era parte do seu mundo. Com a ajuda de um amigo e com o investimento de 20 mil dólares, ela produziu seu ganha-pão: uma cauda de silicone, texturizada ao estilo das escamas de peixes. Na ponta, ela completa a fantasia com um par de pés de patos unificados, as monobarbatanas, usadas por mergulhadores para melhorar a propulsão em grandes profundidades.

As performances de sereia não são exatamente uma novidade. Annette Kellerman, uma nadadora australiana, já tinha manjado que o encanto das pessoas por sereias poderia render. Ela criou coreografias de balé aquático e se fantasiava com caudas, bem menos realistas que a de Linden, já no século 20. Foi a primeira sereia profissional.

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Hoje, o mercado já se expandiu além das exibições sereianas. As pessoas querem participar — e, para isso, existem Academias de Sereia. As duas mais famosas ficam nas Filipinas e em Montreal, no Canadá. Para quem quer ir além, há as agências de modelo de sereias, que treinam e fazem o book das candidatas em Cancún e nas Bahamas (por meros R$ 10 mil, é claro).

De olho nesse mercado, Linden começou a produzir suas monobarbatanas para crianças, em parceria com a marca de artigos esportivos Body Glove. Segundo contou à Bloomberg, a rede Walmart encomendou inicialmente quase 60 mil peças, para vender durante o Natal. Uma cauda de lycra, bem mais confortável que a fantasia da própria Linden, é vendida separadamente para completar a ilusão.

Mas não precisamos falar dos gringos — a loucura das sereias é igualmente forte no Brasil e o empreendedorismo acompanhou no mesmo ritmo. Fomos inclusive mais rápidos: a Sirenita, marca 100% brasileira, já vende o kit completo de sereias pela internet, para quem estiver disposto a desembolsar perto dos R$ 300 para realizar o sonho da cauda própria.

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