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O homem do fundo do mar

Mergulhador-cientista passa 12 dias morando debaixo d¿água - e de maneira sustentável

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h06 - Publicado em 14 dez 2007, 22h00

Texto Rafael Tonon

Será mesmo que é possível viver de forma isolada, independente e auto-sustentável? Ao que o experimento do australiano Lloyd Godson indica, isso é perfeitamente possível, sim. O biólogo marinho passou 12 dias morando em uma caixa de aço de 14,4 m2 de área, que foi mergulhada a 5 metros de profundidade em um lago localizado na região de Wonga, na cidade de Albury, no sudeste australiano.

O oxigênio da casa era produzido pela fotossíntese de algas verdes (Chlorella vulgaris) que o cientista plantou no cubículo subaquático. As algas também tiravam do ar o gás carbônico liberado por ele. Por segurança, porém, o biólogo contava com um compressor de mergulho que oferecia uma dose extra de oxigênio, se necessário. Para matar a sede, uma máquina transformava a umidade do ar em água. Quando queria fazer xixi, aproveitava para regar as plantas. O “número 2” era jogado em uma caixa hermeticamente fechada e ficava ali, guardadinho, lacrado. Todo dia o biólogo se exercitava na bicicleta ergométrica que, além de manter o condicionamento físico, gerava energia elétrica para recarregar o laptop.

Godson teve a idéia de morar por uns dias debaixo d’água quando foi convidado a participar de um concurso promovido pela revista Australian Geographic. Ele venceu com seu projeto e ganhou US$ 50 mil para construir a sua casa de aço. O australiano se prepara agora para um experimento ainda mais ousado: a convite da Nasa, Godson vai passar alguns dias na Atlântica, comunidade submersa que a agência espacial americana pretende inaugurar em maio de 2009. Esse será o mais importante passo para estudar a viabilidade de uma cidade submarina.

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Quem nada quer casa

A moradia do australiano tinha energia gerada por bicicleta ergométrica e muita alga

Energia limpa

Uma bicicleta ergométrica foi modificada para transformar a força das pedaladas de Godson em corrente elétrica de 12 watts. É com essa energia que ele carregava o laptop.

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Saída de emergência

O contêiner foi vedado para impedir a entrada de água, fazendo com que se tornasse uma verdadeira fortaleza de aço. Em caso de emergência, o cientista só conseguiria sair por esta abertura de vidro no fundo, acionada eletronicamente.

Peso pesado

Para que o contêiner de 2 toneladas ficasse submerso na água sem boiar (já que o recheio era de ar), foram necessárias 6 vigas de concreto que, juntas, pesavam mais de 28 toneladas.

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Luz do sol

A caixa de aço foi equipada com 16 painéis solares de 62 watts que mantinham a luz artificial do contêiner acesa 24 horas por dia para que as algas verdes pudessem fazer fotossíntese.

Planta multiuso

O biorreator fotossintético era responsável por oferecer iluminação às algas, que ficavam mergulhadas nesta espiral captando o CO 2 e liberando O 2. As algas ainda serviram de alimento, já que são ricas em proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais.

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Bons ares

O monitor media a concentração de O 2e CO2 no ar. Caso o nível de gás carbônico superasse o de oxigênio, um alarme era emitido. Aí bastava Godson usar o compressor de mergulho para respirar numa boa.

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