A pesquisa é de especialistas americanos que analisaram sedimentos com 12 mil anos de idade encontrados na Indonésia, recriaram em laboratório os níveis de salinidade e chegaram à conclusão que, de lá para cá, a concentração de sal no oceano decresceu 1,5 ponto percentual.
Quem usa o mar apenas para banhos e pulinhos na noite de ano-novo não deve sentir diferença. Mas os oceanos desempenham importante papel no controle do clima mundial e é difícil saber as consequências que esse tipo de mudança traz ao planeta.
Diversos fatores incidem sobre os níveis de salinidade da água, entre eles chuvas, evaporação e o humor do El Niño. Mas Tom Royer, o oceanógrafo da Universidade da Virgínia que descobriu o fenômeno, aponta para o aquecimento global e o derretimento das calotas polares como os principais suspeitos pela mudança.
Os cientistas agora querem entender como e por que a salinidade do Pacífico afeta quem vive nele – a escassez de alguns animais, como baleias, pode estar relacionada ao fenômeno porque mamíferos marinhos são considerados importantes indicadores ecológicos das condições do oceano.
Royer está buscando as respostas. Para ele, o aumento de água doce pode provocar alterações no plâncton, alimento básico da fauna marinha. Outra hipótese é que a água doce, mais leve que a salgada, esteja formando um grande tampão próximo à superfície, mantendo nutrientes no fundo – um problemão para animais que vivem no raso.