rã extinta: O sol acabou
A southern day frog passava o dia inteiro tomando banho de sol, estirada nas pedras ou às margens dos córregos. Seu desaparecimento ainda é um mistério.
Lilian Hirata
A southern day frog era uma rã de hábitos diurnos. Ganhou esse nome porque costumava ficar horas tomando banho de sol ou relaxando sobre pedras aquecidas pelos raios solares. A pele, bem macia, precisava estar sempre hidratada Por isso, vivia próximo a córregos e correntes de água, dando freqüentes mergulhos. A coloração era cinza ou marrom, com as costas cheias de manchas escuras. As patas traseiras tinham os dedos largos, sem natatórias, o que não impedia a rã de nadar, principalmente para fugir dos predadores.
Minúscula, a southern day frog tinha o tamanho de um polegar humano. O macho alcançava entre 22 e 27 milímetros e a fêmea, entre 23 e 30 milímetros. Coaxava emitindo um som parecido com o cacarejo das galinhas. O acasalamento ocorria nas estações mais quentes do ano. A fêmea botava ovos gelatinosos e os escondia embaixo de galhos ou pedras submersas. Ali os girinos ficavam até se tornar adultos. O comportamento da espécie foi pouco estudado por causa do pequeno intervalo entre sua descoberta e sua extinção. A rã foi descoberta pela ciência em 1966, nas florestas tropicais da Cordilheira de Blackall e D’Aguilar e no Parque Nacional de Conondale, sudeste do Estado de Queensland, na Austrália. Foi observada pela última vez em 1979.
As causas de sua extinção não foram esclarecidas. Não há evidências de que tenha sido vítima da poluição das águas ou da caça indiscriminada por parte dos colecionadores de anfíbios. Uma das hipóteses é que a southern day frog tenha sido dizimada por uma doença ainda desconhecida. O superaquecimento do planeta, responsável por mudanças climáticas, também pode ter afetado o habitat e contribuído para o desaparecimento do pequeno anfíbio.
Southern Day Frog
Nome científico: Taudactylus diurnus
Ano da extinção: 1979
Habitat: Queensland, Austrália