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Siga essa pegada

A vila que aprendeu a calcular o rastro que deixa na natureza - e passou a se esforçar para diminuí-lo

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 30 jun 2004, 22h00

Maria Fernanda Vomero, de Estrela do Sul (MG)

“Esta pegada aqui, com três unhas, é do tatu-canastra. Lembra um pouco a da capivara”, diz Sebastião Euziário, 47 anos, funcionário da madeireira Satipel Florestal. Tiãozinho mora na vila de uma fazenda de corte de madeira da empresa. Ele me explica como reconhecer as marcas de siriema, lobo-guará, tamanduá-bandeíra. “Atrás das pegadas de vea. do, você sempre encontra as de onça.” A vida rural o ensinou a identificar o rastro dos bichos. Em 2003, Tiãozinho aprendeu também a reconhecer as marcas que ele niesmo deixa na natureza – graças ao projeto Pegada Ecológica Brasil (ou PE).

A idéia do PE é maravilhosamente simples: a de que, para resolver problemas ambientais, você precisa primeiro descobrir quais são os problemas. Saber exatamente onde é que sua comunidade está impactanto a natureza. E o melhor jeito de diagnosticar o impacto ambiental de um grupo de pessoas é calcular o impacto de cada pessoa, somar todas e… pronto. Basta olhar com calma para os resultados e inventar projetos que combatam os problemas identificados.

Foi o que aconteceu na vila da Satipel, onde a dupla de consultores lvana de Campos Ribeiro e Tates Oliveira implantaram uma experiência-piloto do PE – a primeira no Brasil (a metodologia foi desenvolvida por um suaço e um canadense). Questionários foram respondidos pelas 26 famílias da vila e revelaram os hábitos de consumo e de vida do liigar. Na análise dos resultados, saltou aos olhos que os maiores problemas locais eram o alto consumo de produtos industriatizados (e a conseqüente sobra de embalagens) e o uso exagerado de combustível, por conta da distância que separa a fazenda das cidades vizinhas.

Diagnóstico feito, os moradores iniciaram a coleta seletiva. E, com o lixo orgânico recolhido, implantaram a compostagem. Dela saí o adubo para a horta comunitária, que acabou diniinuindo a necessidade de ir à cidade e de comprar produtos iiidustrializados – e, conseqüentemente, reduziu tanto o lixo quanto o gasto de combustível.

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Agora, o PE chegou à cidade de Estrela do Sul, a 33 quilômetros da fazenda. A população de lájá descobriu que sua “pegada” vai além da poluição do rio e da falta de cuidado com o lixo. Os índices de gravidez precoce e de jovens envolvidos com drogas são crescentes. E a cidade começou a tratar desses problemas todos. Cuidar do ambiente significa também cuidar de gente.

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Como ajudar

Implante o sistema. Visite o site https://www.pegadaecologica.siteonline.com.br para conhecer o questionário de diagnóstico do PE, desenvolvido por Ivana e Tales.

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