Celia Demarch
Se você pretende mergulhar em Cairns, norte da Austrália, e conferir a beleza da Grande Barreira de Corais, é melhor se apressar. A maior estrutura de organismos vivos da Terra, considerada uma das sete maravilhas da natureza no mundo, está perdendo seu principal atrativo – as cores deslumbrantes. Em cerca de 25 anos, estima-se que metade de sua área, de 350 000 quilômetros quadrados e que se estende por 2 300 quilômetros de praia, poderá ter perdido a cor e ficado branca.
A ameaça a esse patrimônio, formado há pelo menos 2 000 anos, vem dos sedimentos e detritos químicos provenientes das cidades costeiras. Os resíduos prejudicam a reprodução dos corais e servem de alimento para estrelas-do-mar espinhosas, que devoram também esses pequenos animais marinhos e já destruíram grandes áreas do recife. O branqueamento dos corais resulta, além disso, das altas temperaturas registradas ultimamente nas águas da região, efeito de gases como o dióxido de carbono.
Em cerca de 900 ilhas e inúmeros recifes, a Grande Barreira abriga em torno de 2 900 espécies de corais e 1 500 espécies de peixes. Ao norte, o recife é praticamente contínuo e situa-se a apenas 50 quilômetros da costa.