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Vamos apanhar

Por Denis Russo Burgierman
Atualizado em 31 out 2016, 19h04 - Publicado em 5 dez 2015, 14h30

Eu sei o que vai acontecer: vamos apanhar. Vamos ser chamados de irresponsáveis por associações médicas por dar esperança a doentes sem salvação, vamos ser desqualificados como teóricos da conspiração por empresas farmacêuticas, vamos levar cutucadas de colegas jornalistas por darmos espaço demais a tratamentos sem comprovação. Tudo por causa da reportagem de capa desta edição, escrita por Daniel Cunha, que sofre de uma doença séria e, em sua própria luta para sobreviver, esbarrou numa pauta incrível.

Sim, eu sei que ainda faltam muitas pesquisas antes de poder afirmar que a vitamina D evita câncer e cura depressão. Sei que incentivar as pessoas a tomar sol é muito arriscado, porque pode levar a um aumento nos casos de câncer de pele. Sei que talvez levem dez anos para que a comunidade médica tenha certeza de que o sol é mesmo fundamental para ficarmos vivos.

Acontece que, para alguns, dez anos é tempo demais. Daniel, nosso repórter, que tem esclerose múltipla, concluiu que não teria uma década para esperar respostas perfeitas – e saiu em busca das melhores respostas possíveis. Como ele, há milhões de pessoas no Brasil precisando urgentemente de informação – gente que pode se beneficiar do que Daniel descobriu.

Claro que levamos a sério nossa responsabilidade de dar informação confiável. Por isso, passamos muito tempo discutindo antes de levar o tema à capa. Mas o que nos ajudou a decidir é que temos clareza da nossa missão: trabalhamos para o público. Não para o establishment médico, não para os hospitais, não para os laboratórios. E, quando pensamos no que nosso leitor precisa saber, fica óbvio para a gente que fazer uma reportagem como essa, ainda que rodeada de incertezas, é obrigação – assim como colocar na capa os debates sobre o glúten e a maconha medicinal, duas outras histórias impressionantes ainda não inteiramente absorvidas pelas instituições médicas. Nossa obrigação é empurrar a medicina para frente, não correr atrás dela.

Da mesma forma, é nossa obrigação buscar respostas profundas para a crise hídrica que se espalha pelo nosso molhado país, como tentamos fazer na reportagem que começa na página 44. Sabemos que essas nossas respostas desagradam quase todo mundo. Afinal, elas revelam a profunda incompetência do governo paulista para lidar com o problema – e ao mesmo tempo deixam aparente a incapacidade do governo federal de compreender a natureza cíclica da água. Elas expõem o fato de que praticamente nenhum governo de nenhuma região do país está preparado para cuidar sistemicamente da água que precisamos para sobreviver. Vamos apanhar de todo mundo – do PSDB, do PT, do PMDB, do DEM, do PP, do PSD… Tudo bem, não tem problema algum. Não trabalhamos para nenhum deles. Trabalhamos para você. 

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