Como a cola faz os materiais grudarem?
As moléculas dela funcionam de um jeito especial, servindo como “ganchos” microscópicos que se prendem diretamente em outras moléculas. Aquelas colas escolares mais simples são basicamente cadeias de moléculas com essa capacidade, só que dissolvidas em bastante água. É por isso que elas só funcionam depois de secar. Esse tipo de cola praticamente só age […]
As moléculas dela funcionam de um jeito especial, servindo como “ganchos” microscópicos que se prendem diretamente em outras moléculas. Aquelas colas escolares mais simples são basicamente cadeias de moléculas com essa capacidade, só que dissolvidas em bastante água. É por isso que elas só funcionam depois de secar. Esse tipo de cola praticamente só age mesmo em papel ou madeira, materiais bastante porosos e não lisinhos como uma chapa de metal. É como passar pasta de amendoim num pão de fôrma. Se você aperta bem uma fatia contra a outra, a pasta penetra nos poros e o pão fica grudadinho. Se você não apertar, não ocorre adesão nenhuma. “Quando se usa cola comum em plásticos e metais, é isso que acontece. Como esses materiais não são porosos, a interação entre eles e o adesivo é muito fraca”, diz o químico Flávio Vichi, da USP. Esse problema não existe com as supercolas, aquelas com as quais muita gente já acabou grudando os dedos por acidente.
A diferença delas é um composto chamado cianoacrilato. Ele possui moléculas com “ganchos” bem mais resistentes que os das colas normais, capazes de suportar objetos que tenham o peso de até 1 tonelada.