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Como é a gestação de um canguru?

A gestação é curtinha: dura de 30 a 39 dias. Depois disso, o filhote precisa escalar o pelo da mãe até chegar À bolsa, onde completará seu desenvolvimento

Por Natália Rangel
Atualizado em 22 fev 2024, 10h17 - Publicado em 4 jan 2017, 17h52
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(Tom Ventre)

1. O ciclo estral (ou “cio”) da fêmea dura de 22 a 42 dias. Os machos detectam essa fase cheirando a urina dela e se exibem para conquistá-la, podendo até brigar pela parceira. Quando ela escolhe um parceiro (os candidatos maiores têm preferência), se coloca em posição. O macho monta sobre ela, e o sexo dura entre 15 e 30 minutos. A fertilização ocorre em menos de 48 horas

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(Tom Ventre)

2. No útero, a gestação dura de 30 a 39 dias. Um ou dois dias antes do parto, a fêmea limpa o marsúpio – nome científico para a bolsa. Isso porque, nas épocas em que não há filhotes morando lá, os mamilos da fêmea, que ficam na bolsa, liberam uma secreção cinzenta. Em preparação para o parto, a fêmea coloca a cabeça na bolsa e lambe essa secreção para retirá-la

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(Tom Ventre)

3. Na hora do parto, a fêmea assume uma posição específica, que varia com a espécie. Os cangurus-vermelhos, por exemplo, sentam-se com a cauda entre as patas, apoiando-se na parte inferior das costas. Os cangurus-cinza mantêm a cauda em posição normal, mas se curvam, aproximando a vagina da bolsa. A ideia é facilitar a escalada do filhote

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(Tom Ventre)

4. O filhote nasce ainda em um estado embrionário muito primário, com cerca de 2 cm e pesando cerca de 1 g. Os olhos estão fechados e as patas traseiras subdesenvolvidas, mas ele tem força nos membros superiores para sua difícil missão: escalar o pelo da mãe até o marsúpio. Essa jornada leva cerca de três minutos

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(Tom Ventre)

5. Ao chegar à bolsa, o filhote procura um dos mamilos da mãe, que, ao ser abocanhado, se dilata, prendendo-se à boca do bebê. Durante a fase de crescimento, a composição do leite muda para atender às necessidades do filhote: nos seis primeiros meses, o líquido é composto principalmente de carboidratos. Depois, os lipídeos (gordura) tornam-se o maior componente. O marsúpio é onde o filhote “termina” seu desenvolvimento porque, diferentemente de outros mamíferos, os marsupiais (grupo ao qual pertence o canguru) não têm placenta. Essa bolsa nada mais é do que uma dobra de pele que recobre os mamilos da fêmea e não possui pelos em seu interior. Aqui, o filhote passará os próximos 200 dias mamando e se desenvolvendo

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(Tom Ventre)

6. Apesar do peso que carrega, a mãe segue a vida normalmente, sendo capaz de pular e correr durante o tempo em que o filhote fica na bolsa. Após cerca de seis meses, o bebê começa, aos poucos, a sair do marsúpio para explorar – mas, nesse começo, ele sempre volta à bolsa. O filhote permanece “morando” no marsúpio até por volta de 8 meses (cangurus-vermelhos) ou 11 meses (cangurus-cinza) de idade, quando sai de vez. Nesse momento, o canguru-vermelho já tem 4,5 kg (20% do peso da mãe) e quase não cabe mais lá. Mesmo após ficar independente, ele ainda costuma voltar à mãe para se alimentar de seu leite por seis meses

Três em um

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()


1.
Devido a uma adaptação evolutiva contra a seca e a falta de comida, cangurus fêmeas são capazes de desenvolver até três filhotes ao mesmo tempo em diferentes estágios

2. Enquanto um já vive fora da bolsa, mas ainda vai à mãe para se amamentar, e outro ainda é recém-nascido e está mamando dentro da bolsa, um terceiro, ainda em forma embrionária e com não mais do que 100 células, chamado de blastocisto, fica dormente no útero

3. Quando o irmão “do meio” sai em definitivo do marsúpio, o blastocisto volta a se desenvolver, nasce após a gestação e assume o lugar na bolsa. Essa característica se chama diapausa embrionária e permite substituir a cria facilmente caso um filhote morra

CONSULTORIA Rafael Antunes, biólogo pela Uneb e professor do Colégio Integração, em Teixeira de Freitas (BA)

FONTES Livros Monographs on Marsupial Biology: Reproductive Physiology of Marsupials, de Hugh Tyndale-Biscoe e Marilyn Renfree, e Kangaroos: Biology of the Largest Marsupials, de Terence J. Dawson

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