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Como é a mitologia maia?

Civilização da América Central tinha mais de 160 deuses

Por Matheus Bianezzi
Atualizado em 22 fev 2024, 10h21 - Publicado em 24 out 2016, 16h46

Ilustra Tamires Para
Edição Felipe van Deursen

Politeísta. E bota politeísta nisso! São pelo menos 165 deuses, que evoluíram, travaram guerras, casaram entre si e até podiam morrer. Todas essas crenças estão no Popol Vuh, a bíblia desse povo, que viveu seu auge entre 250 e 900, englobando uma grande área nos atuais Guatemala, Honduras, Belize e El Salvador, além do sul do México. O livro sobreviveu ao tempo, mesmo sofrendo modificações ao longo dos anos.

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Origem de tudo
São três tipos de humanos!

1. O mundo era um oceano escuro, onde os deuses viviam imersos. Kukulcán, a Serpente Emplumada, Huracán e Tepeu (mais sobre eles abaixo) deram forma à Terra, com vales e montanhas. Depois, vieram as plantas e os animais – que tinham um problema, do ponto de vista dos criadores: não falavam nem louvavam os deuses. Por isso, foram condenados a se comerem uns aos outros

2. O trio queria uma criatura que o adorasse. Fez um que cumpria isso, mas fracassou: o homem de barro derretia ou se quebrava em pedaços nos primeiros passos. Depois, fez um modelo mais forte, o homem de madeira. Mas eles o irritaram porque só louvavam a si próprios. Os deuses, irados, enviaram uma tempestade de lava que matou praticamente todos

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3. Misturando farinha de milho, água e sangue divino, o trio fez quatro homens, belos e capazes de demonstrar gratidão. Eram tão inteligentes quanto os deuses, o que os inquietou. Eles desceram uma nuvem sobre os olhos dos homens de milho, reduzindo sua sabedoria pela metade. Para compensar, deram a eles quatro mulheres. A humanidade descende dessa geração

 

Panteão da América Central
As principais divindades maias

Árvore da vida
O nosso mundo fica expremido entre nove inframundos (Xibalba) e 13 extratos celestes. A ceiba (árvore comum na América Central) sagrada liga essas camadas. Quanto mais elevada, mais poderosos são os deuses

 

itzamna
Itzamná
Fez o Universo, é senhor dos céus, da noite e do dia. Assume formas animais, como a de jaguar. Deu aos homens a escrita, o calendário e os poderes de cura

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huracan
Huracán
Senhor das tempestades, destruiu a primeira raça humana. Seu nome originou a palavra espanhola para “furacão”

 

kukulcan
Kukulcán
É associado ao vento e aos nobres. É um guerreiro causador de hecatombes sangrentas

 

tepeu
Tepeu
Arquiteto que idealizou os três tipos de humanos

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vuqub-kaqix
Vuqub Kaqix
Demônio do Xibalba (o “inferno” maia), o pássaro tinha olhos de prata, dentes incrustados de jade e penas cintilantes. Por isso, acreditava ser o Sol e a Lua. Os gêmeos sagrados (leia mais abaixo) o mataram devido à sua soberba

 

ixchel
Ixchel
Deusa do arco-íris, relacionada ao amor, medicina, tecelagem e maternidade. Também tem um lado obscuro, representado pela serpente na cabeça. Provoca dilúvios

 

ixtab
Ixtab
Deusa dos suicidas, era popular, já que tirar a vida era visto como uma prática nobre, a fim de alcançar uma existência mais próxima dos deuses

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ah-puch
Ah Puch
Deus da morte, francamente malévolo e relacionado a desgraças e sacrifícios humanos. Senhor supremo do último inframundo

 

Gêmeos sagrados
A maior saga heroica maia

 

Na era das pessoas de madeira, os irmãos Hunahpu e Xibalanque jogavam um tipo de futebol maia, o que irritou as entidades do Xibalba. Os deuses chamaram os gêmeos para uma série de desafios, que culminaria em um jogo contra eles.

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Os irmãos venceram desafios, como cruzar um rio de escorpiões. No jogo contra os deuses, ganharam. Mesmo vencendo, foram queimados vivos. Mas, antes da execução, eles conheceram xamãs e os convenceram a ressuscitá-los.

Deu certo. Os deuses ficaram surpresos e queriam ter o mesmo poder. Eles se dispuseram a morrer para ganhar o talento, mas os irmãos os enganaram de novo e não os ressuscitaram. Após o triunfo épico, eles viraram o Sol e a Lua.

Consultoria Marcelo Lambert, historiador especializado em civilizações pré-colombianas, e Lídice Meyer, professora de antropologia da Universidade Mackenzie (São Paulo)
FONTES Smithsonian National Museum of the American Indian; livros Ancient Maya, de Arthur Demarest, e As Melhores Histórias das Mitologias Asteca, Maia e Inca, de A.S. Franchini

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