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Como é uma clínica de reabilitação para viciados em Internet?

Na China, não tem conversa! Os viciados ficam sem conexão e recebem treinamento militar

Por Tiago Cordeiro
Atualizado em 22 fev 2024, 10h38 - Publicado em 21 Maio 2015, 18h58

Pergunta da leitora – Jhennifer da Silva Nascimento, Francisco Morato, SP

Depende do lugar onde você vive. Existem três perfis diferentes de trabalho: reuniões de grupo, internações e até treinamentos em acampamentos. Em geral, os tratamentos são voltados para jovens de 15 a 24 anos que sofrem de depressão ou de fobia social e encontram na rede a melhor forma de interagir. Os primeiros estudos a apontar as consequências do uso excessivo de internet (e também de games e de smartphones) datam de apenas 20 anos atrás.

O que se sabe é que o ambiente virtual pode estimular as áreas de recompensa do cérebro, e que a abstinência de internet provoca sintomas iguais aos da privação de drogas. Mas a melhor forma de lidar com esse problema ainda está em discussão, já que o usuário, em algum momento da vida, voltará a ter contato com a internet novamente – seja na escola, seja no trabalho. A questão é: como se conectar sem incorrer no vício novamente?

Desconectado

Tratamentos buscam o equilíbrio entre a vida real e o mundo online

Se vira nos 30

Nos EUA existem clínicas de rehab, que oferecem programas de desintoxicação para maiores de 18 anos. O primeiro desse tipo, no Bradford Regional Medical Center, na Pensilvânia, prevê dez dias em reclusão absoluta. Durante esse período, a pessoa tem o tempo de internet controlado e pode se conectar apenas para resolver assuntos pontuais – como responder e-mails ou fazer uma pesquisa

Menos chat, mais papo

No Brasil, o tratamento é na base da conversa. Os jovens participam de reuniões de grupo a cada 15 dias. No Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, o paciente é acompanhado por um psiquiatra e deve participar da dinâmica durante 18 semanas. Os pais também se reúnem para discutir a situação do filho e para saber como podem ajudar

Cultura real

Os centros também organizam atividades para introduzir a cultura chinesa na vida dos jovens. Além da dança, os garotos são incentivados a montar bandas (de verdade, não no Guitar Hero!). Em versões mais amenas, esse sistema já foi copiado por alguns países asiáticos, como Tailândia, Singapura e Coreia do Sul

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Centros no Brasil

Araçoiaba da Serra (SP)

Centro Terapêutico Araçoiaba

https://www.ctaracoiaba.com.br/contato

Cuiabá

Centro de Estudos da Família e do Indivíduo

ceficuiaba@cefipoa.com.br

Porto Alegre

Centro de Estudos da Família e do Indivíduo

cefi@cefipoa.com.br

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Rio de Janeiro

Santa Casa da Misericórdia

faleconosco@santacasarj.org.br

São Paulo

Grupo de Dependência Tecnológica do Hospital das Clínicas

contato@dependenciadetecnologia.org

Recuperação linha-dura

Na China, não tem conversa! Os viciados ficam sem conexão e recebem treinamento militar

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De internauta a internado

Em um país com jovens que passam dias dentro de lan houses e até usam fraldas para não precisar ir ao banheiro, os pais internam os filhos à força em um tipo de acampamento detox. Lá, eles passam de três a quatro meses totalmente isolados do mundo e, principalmente, da tecnologia

Pede pra sair!

Usando uniforme militar, os alunos são obrigados a praticar atividades físicas exaustivas. Em 2009, em Quihang, um garoto de 15 anos foi espancado até a morte por não conseguir correr por mais de meia hora. Até 2010, vários rapazes foram submetidos a tratamentos com eletrochoque em todo o país

Sermão para velhos

Para os chineses, o vício dos filhos é culpa dos pais. É por isso que, além de pagar 10 mil yuans (cerca de R$ 4 mil) por mês ao acampamento, os adultos também são obrigados a participar de palestras e entrevistas com psicólogos

Os jovens dormem em beliches e são responsáveis pela faxina e pela cozinha dos mais de 250 centros de tratamento do país

 

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TESTE – Você é viciado em Internet? Assinale as situações que são comuns na sua rotina:

( ) Você sempre pensa no que está rolando na internet

( ) O tempo que você passa conectado nunca é o suficiente

( ) Até tenta ficar longe da web, mas não consegue

( ) Fica mais tempo conectado do que tinha planejado

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( ) Já mentiu sobre quanto tempo fica online

( ) Você se sente desconfortável no meio de um monte de gente

( ) Em um lugar sem conexão, bate um desespero e uma deprê…

( ) Já esqueceu compromissos por causa da internet

( ) É normal fazer as refeições na frente do computador

( ) Você tem mais amigos virtuais do que reais

Respostas

De 0 a 2: Moderado

Você curte ficar conectado, mas conhece os limites e não gosta de trocar as experiências reais pelo mundo virtual. Continue assim!

De 3 a 5: No limite

Você sempre extrapola o tempo que fica online. Quando não está no computador, está no smartphone. Cuidado com o vício!

Mais de 5: Sinal vermelho

Sua vida é a internet e você não vive sem ela. É comum até conversar com a pessoa que está ao seu lado via chat. Se esse é o seu caso, vale a pena procurar a ajuda de um especialista (veja boxe)

+ Quem inventou a internet?

+ Onde há mais pirataria na internet?

FONTES Sites netaddiction.com e dependenciadeinternet.com.br e livro Vivendo Esse Mundo Digital, de Cristiano Nabuco de Abreu CONSULTORIA Sylvia van Enck, psicóloga clínica colaboradora do Núcleo de Dependência de Tecnologia da USP, e Kimberly Young, psicóloga e professora da Universidade Bonaventure

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