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Conheça a vila “fantasma” de castelos abandonados na Turquia

A empresa que construía o condomínio de luxo faliu, deixando para trás 587 mansões da Cinderella sem nenhum morador.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 12 mar 2024, 11h26 - Publicado em 29 jan 2019, 17h05

Imagine poder viver em um lugar onde todas as casas são como réplicas dos castelos dos filmes da Disney. Sonho de princesa? Bem, na Turquia, essa era exatamente a proposta do Burj Al Babas, um condomínio de luxo cuja construção foi interrompida em novembro de 2018. O motivo? A empresa faliu.

Tudo começou em 2014. Na época, o Sarot Group, uma empresa de construção, decidiu levantar um empreendimento de alto padrão para os ricaços do país e de outras nações do Oriente Médio. O resort, que iria contar com mansões, piscinas, um shopping e uma mesquita, começou a ser construído em uma região de colinas a 250 quilômetros à leste de Istambul.

Ao todo, o complexo custaria algo em torno dos US$ 200 milhões para construir. As 732 casas são inspiradas nos châteaux: as residências de campo da antiga nobreza francesa, cujos palácios e mansões se tornaram famosos pontos turísticos – e que serviram de clara inspiração para os contos de fadas europeus.

O recanto turco, portanto, era cheio de fachadas ornamentadas e o projeto acrescentou às casas até pequenas torres a. Já o design do interior de cada “chalé” ficaria a gosto do comprador. O preço, de acordo com a Bloomberg, era de US$ 370 mil a US$ 530 mil.

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Até o ano passado, 587 mansões tinham começado a ser feitas, e 350 delas já haviam sido adquiridas por compradores do Catar, Bahrein, Kuwait, Emirados Árabes e Arábia Saudita.

Processo de falência

Mas, enquanto construía seu paraíso da imaginação, o Sarot Group acumulou uma dívida de US$ 27 milhões – segundo o presidente da empresa, Mehmet Emin Yerdelen, porque boa parte dos ricaços foram atrasando pagamentos além do combinado, e a grana estava investida em terminar as obras.

De acordo com o jornal Hurriyet, a Sarot entrou na justiça pedindo proteção para negociar a dívida com seus credores – e retomar as vendas de moradias. Bastariam 100 chateaux para tirar a empresa do vermelho, segundo os cálculos otimistas do presidente. Mas a decisão não foi favorável: eles ganharam apenas 3 meses resolver o problema, e não rolou.

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A onda de problemas da empreitada também se soma à tremenda má impressão que o condomínio deixou para os moradores dos arredores. Ele chega a ser chamado de “vila grotesca” por alguns. Tudo porque o distrito de Mudurnu já tem seu próprio estilo de construção – a arquitetura por lá é tipicamente otomana. A disputa não é só estética (é claro): mexe no bolso dos moradores. Ser um lugar que preserva a antiga arquitetura do Império Otomano deu a Mudurnu a chance de ser candidata à Patrimônio da Humanidade da UNESCO – o que, naturalmente, atrairia turistas para a região e movimentaria a economia local.

O medo dos moradores de perder sua “essência” otomana (e os dólares de viajantes procurando arquitetura exótica para suas fotos no Instagram) se somou ainda a problemas ambientes. A construtora foi acusada de derrubar árvores ilegamente para a construção do condomínio estilo Disney – e de ter despejado a terra proveniente das obras em áreas florestais.

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Apesar dos problemas, o último discurso de Yellen ainda afirmava, com muito otimismo, que tudo pode ser resolvido nos próximos cinco meses, e que em breve as pessoas poderão se mudar para o Burj – que, por ora, parece mais com um cenário de um filme de terror (ou de um parque de diversões mal-assombrado):

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