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Por que alguns pássaros voam em formação?

Técnica poupa energia em voos mais longos

Por Fred Linardi
Atualizado em 22 fev 2024, 11h31 - Publicado em 17 set 2010, 18h35

Voar em bando e de modo organizado é uma estratégia das aves migratórias para gastar menos energia e cobrir distâncias maiores. Esses voos são comuns entre pássaros grandes, como gansos e cisnes, e aves marinhas, como biguá e pelicano. A economia de energia é tanta que, ao fi m da jornada, os pássaros chegam até 70% mais longe do que se voassem desordenados. O posicionamento também ajuda para que as aves se vigiem, já que nenhuma sai da vista da outra. “Outro diferencial para aves que migram em conjunto, mesmo fora de formação, é a questão da sobrevivência. Quando em grupo, elas estão mais protegidas de predadores, que ficam confusos ao atacar uma ave e causar uma revoada das outras ao redor”, explica Roberto Cavalcanti, do departamento de zoologia da Universidade de Brasília (UnB).

Pelotão impecável

Aves como os gansos-do-canadá fogem do inverno para se alimentar viajando milhares de quilômetros sem sair da linha

AERODINÂMICA NATURAL

Quando a ave rasga o ar à sua frente, um vazio, chamado vácuo, se forma atrás dela por um instante. As aves de trás tiram vantagem disso, já que a camada de ar para romper fi ca menos densa. Além disso, as asas também deslocam o ar ao redor delas, causando um redemoinho, ou vórtice

SUAVE NAS AVES

O deslocamento de ar causado pela ave dianteira faz a ave de trás obter o mesmo rendimento de voo batendo as asas menos vezes. Três pássaros voando juntos já são o sufi ciente para montar um pelotão em que cada ave gasta 40% menos energia. Com menos esforço, também diminuem os batimentos cardíacos

ROTA DE FUGA

Pássaros que migram à noite se orientam pelas estrelas, enquanto os diurnos usam o Sol como referência de rota. Acidentes geográficos, como o recorte do litoral ou o percurso de rios, também indicam o melhor caminho. Os pombos, por sua vez, seguem seu rumo de acordo com os pólos magnéticos da Terra!

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RODÍZIO CONSTANTE

A ave que comanda a formação é a que mais se desgasta, enquanto as que estão no centro de cada “asa” são as mais beneficiadas pelo deslocamento de ar dos vórtices. Quando o líder se cansa, migra para uma das pontas e um dos pássaros da segunda fila assume a dianteira. Isso se repete várias vezes durante o voo

CARDÁPIO DE VOO

Meses antes de migrar, os pássaros reforçam a dieta para acumular gordura e chegam a dobrar de tamanho. Esse saboroso esforço ajuda a suportar a fome e a fadiga durante a longa viagem. Algumas aves, como o sabiá, se alimentam de insetos antes de partir e, durante a viagem, comem plantas e frutas

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