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Que animais ainda são usados para fazer casacos de pele?

A realidade é muito, mas MUITO pior do que 101 Dálmatas

Por Yuri Vasconcelos
Atualizado em 14 fev 2020, 17h53 - Publicado em 28 jul 2009, 15h14

Desde focas e chinchilas até raposas e linces, milhões de animais são mortos todos os anos para a confecção de casacos de pele no mundo. Só na França são abatidos 70 milhões de coelhos por ano para esse fim. Mas a indústria dos casacos de luxo é alvo de críticas. Para as organizações de defesa dos animais, mais do que injustificada – há tecidos sintéticos e naturais que cumprem a função -, a atividade é extremamente cruel. O sofrimento já começaria na captura do bicho, que pena nas mãos dos caçadores – as focas, por exemplo, são mortas a pauladas na cabeça, para não danificar a pele. Mesmo quando criados em cativeiro, os animais viveriam em condições degradantes e padeceriam horrores na hora de extrair a pele.

Os produtores, por sua vez, contestam o que chamam de sensacionalismo das entidades. “No caso da chinchila, a morte ocorre pelo destroncamento de uma das vértebras cervicais. É um processo indolor, sem sangue ou sofrimento”, diz Carlos Perez, presidente da Associação dos Criadores de Chinchila Lanífera (Achila). Para os defensores dos bichos, porém, a crueldade fica óbvia quando se leva em conta que, ao contrário do que rola com vacas e frangos – mortos para alimentar pessoas -, no caso da indústria da moda os animais são sacrificados apenas para alimentar a vaidade alheia.

MATADO PARA VESTIR

Confira o polêmico passo-a-passo da confecção de um casacão de madame

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1. Os animais usados para fazer casacos de pele podem ser criados em cativeiro (como chinchilas, coelhos e martas) ou ser caçados em seu habitat (como focas, ursos e lontras). O abate rola quando o bicho atinge a maturidade e ocorre sempre no inverno, quando o pelo é mais longo, brilhante e abundante

2. Há vários modos de abater o bicho. Eles podem ser mortos a pauladas, ser estrangulados – método indolor, segundo os produtores – ou, entre outras técnicas para resguardar a pele, ser eletrocutados com a introdução no ânus de ferramentas que fritam os órgãos internos

(Bruno Gabrieli/Mundo Estranho)

3. Depois que o animal é morto, é hora de extrair sua pele. Há várias formas de escalpelá-lo, algumas mais profissionais e outras rudimentares e violentas

(Bruno Gabrieli/Mundo Estranho)
(Bruno Gabrieli/Mundo Estranho)

Escalpelamento profissional

a. Nas fazendas de criação de chinchilas, faz-se um pequeno corte no lábio inferior do animal e outro próximo ao órgão genital
b. Em seguida, é introduzida uma vareta de ferro de um ponto a outro. Ela funciona como um suporte-guia para o corte
c. Com um bisturi, se desprega a pele do animal, evitando danificá-la. Quanto mais intacto o couro, maior o seu valor de mercado

Escalpelamento amador

a. Nos modos mais cruéis, como rola em alguns locais da China, o animal é morto a pauladas e suas patas são decepadas
b. O bicho então é dependurado pelo coto da pata, e seu couro é extraído a partir desse ponto com a ajuda de uma faca
c. A pele é puxada com força, como se fosse tirada ao avesso. Em muitos casos, o animal ainda está vivo durante esse processo

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4. Uma vez retirada, a pele é presa com alfinetes ou pregos numa tábua, onde ficará por alguns dias no processo de secagem. Nessa etapa, ela ganha forma definitiva e não vai mais encolher nem sofrer deformações

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(Bruno Gabrieli/Mundo Estranho)

5. O passo seguinte é o curtimento da pele. Num curtume, ela passa por banhos químicos para retirada de sujeiras, cheiro e gordura, evitando que apodreça mais tarde. Ela também pode ser tingida

6. Após o curtimento, as peles vão para as confecções, onde são costuradas umas nas outras até tomarem a forma de um casaco. No acabamento, é aplicado um forro, em geral de cetim, na parte interna

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(Bruno Gabrieli/Mundo Estranho)

ROUPA TAMANHO MORTE

Veja quantos animais precisam ser mortos para fazer um casaco de pele de comprimento médio

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(Bruno Gabrieli/Mundo Estranho)
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