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Quem foram os Panteras Negras?

O movimento defendia a resistência armada nos bairros negros contra a perseguição policial. Mais tarde, dedicaria-se à assistência social.

Por Roberto Navarro
Atualizado em 22 fev 2024, 11h21 - Publicado em 18 abr 2011, 18h35

Os Panteras Negras surgiram como um grupo que defendia a resistência armada contra a opressão dos negros. Fundado em outubro de 1966, o grupo nasceu prometendo patrulhar os bairros de maioria negra para proteger seus moradores contra a violência policial.

O movimento se espalhou pelos EUA chegou ao seu período de maior popularidade no final da década de 1960, quando chegou a ter 2 mil membros e escritórios nas principais cidades do país. Mas logo as brigas com a polícia levaram a tiroteios em Nova York e Chicago, e entre 1966 e 1970 pelo menos 15 policiais e 34 “panteras” morreram em conflitos urbanos.

À violência dos conflitos somou-se a dura perseguição do FBI. Em 1968, o diretor do órgão classificou os Panteras Negras como “a maior ameaça à segurança interna americana”. Aos poucos, o número de militantes foi diminuindo. O movimento negro mais mainstream, representado pelo pastor Martin Luther King Jr. e sua política de moderação e não-violência, ganhou um espaço progressivamente maior na luta por direitos civis – e, apesar de ter sofrido sua própria dose de pressão do FBI (e de violência: o Dr. King foi assassinado), era considerada pelas agências governamentais uma forma de protesto “menos polêmica”.

panteras-negras-movimento-negro
(Jack Manning/Getty Images)

Mais tarde, os próprios líderes dos Panteras Negras renunciariam a formas de manifestação violentas e mudaram de foco, dedicando-se a serviços de assistência social nas comunidades negras, mas não chegaram a recuperar o espaço inicial do movimento. A organização acabou dissolvida oficialmente no início dos anos 1980.

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Hoje, o legado dos Panteras Negras é avaliado como fundamental na conquista de direitos pelos negros americanos, e o nome do grupo segue como grande símbolo da luta contra o racismo no mundo todo.

Outros movimentos de ativismo negro nos EUA:

NAÇÃO DO ISLÃ

LÍDER – Malcolm X

PROPOSTAS – Essa vertente religiosa praticava a luta política por meios legais, mas defendia quaisquer formas de autoproteção para negros contra a violência racial. Recusando a igualdade racial, o foco do movimento liderado por X era promover a ideia de que apenas os negros poderiam trazer a libertação dos próprios negros. Na prática, o grupo defendia a supremacia negra e a criação de uma nação separada.

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RESULTADOS – Anos depois, Malcolm X admitiu a possibilidade de convivência com a sociedade branca, despertando a ira dos antigos seguidores. Foi morto por um deles durante um comício, em 1965.

DIREITOS CIVIS

PRINCIPAL LÍDER – Martin Luther King Jr.

PROPOSTAS – O pastor batista liderava uma corrente moderada, adepta da não-violência, que defendia a obtenção da igualdade racial por meios pacíficos, com a extensão do direito ao voto a todos os negros e o uso de táticas como boicotes e desobediência civil sem atos violentos.

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RESULTADOS – Apesar do assassinato de King em 1968, sua luta gerou a aprovação da Lei dos Direitos Civis, em 1964, que proibiu os sistemas de segregação vigentes em diferentes estados americanos. Ficou proibido impedir, em qualquer parte do território americano, que pessoas fossem atendidas e recebidas em restaurantes, hoteis, lojas com base na cor da pele, religião, nacionalidade ou sexo.

O Ato dos Direitos Civis de 64 também proíbe que, nessas mesmas bases, seja negado a alguém uma vaga de emprego ou o direito ao voto.

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