Retrato Falado: Josef Mengele, o Anjo da Morte nazista
Com frieza brutal, o Anjo da Morte realizou experimentos desumanos, sobretudo com crianças, em busca da perfeição genética
ILUSTRA Eduardo Belga
1) Josef Mengele nasceu no vilarejo de Günzburg, na Bavária, sudeste da Alemanha. Era filho do industrial Karl Mengele e de Walburga Mengele, dona-de-casa que comandava a família e os empregados com mão-de-ferro. Extrema rigidez e uma boa dose de frieza foram as bases da criação do futuro doutor.
2) Na Universidade de Munique, onde entrou em 1930, mergulhou no tema que o fascinava, a eugenia – estudos que visam o aprimoramento genético humano. Mais tarde, já na Universidade de Frankfurt, foi influenciado por seu mentor, o professor Otmar Verschuer, simpatizante do ideal nazista de higienização racial.
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3) Em 1939, quando a Segunda Guerra estourou, já havia participado de treinamentos no Exército alemão. No ano seguinte, tornou-se membro da Waffen SS – a força de elite de Hitler -, sendo condecorado mais tarde com a Cruz de Ferro de 1a classe por bravura em combate.
4) Em 1943, o Anjo da Morte assumiu o cargo de seus sonhos, no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Além de cuidar da triagem de novos prisioneiros – que poderiam ir direto para a câmara de gás -, lá ele pôde conduzir suas pesquisas em humanos para o aprimoramento genético.
5) O doutor escolhia a dedo suas “cobaias”, dando preferência a crianças, muitas delas gêmeas ou com problemas de formação. Seus procedimentos macabros incluíam desde cirurgias de extração de membros, sem anestesia, até testes de resistência térmica, feitos em tanques com água fervendo ou semicongelada.
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6) Já os experimentos com mulheres, em geral ligados à fertilidade, usavam choque elétrico e esterilização com raios X, provocando horríveis queimaduras na pele. E a barbárie não se limitava ao laboratório. Há relatos de que Mengele mandou fazer uma grande fogueira com crianças sendo lançadas vivas nas chamas.
7) Com a derrocada nazista, Mengele fugiu de Auschwitz, escondendo-se na Alemanha até que, em 1949, com documentos falsos, se mandou para a Argentina, passando pelo Paraguai até se fixar no Brasil, onde passou o resto dos dias com identidade falsa. Acredita-se até que ele tenha continuado suas pesquisas por aqui…
Que fim levou?
Em 1985, a descoberta de cartas de Mengele para um contato na Europa revelou seu refúgio no Brasil. Mas já era tarde – ele havia morrido afogado numa praia de Bertioga (SP), em 1979