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Teoria da conspiração: o pé-grande existe?

Relatos sobre o bicho existem há centenas de anos.

Por Julia Moioli
Atualizado em 28 mar 2023, 14h44 - Publicado em 14 dez 2016, 15h48

SUGESTÃO DO LEITOR Pedro Giovane, Suzano, SP
ILUSTRA Estevan Silveira
EDIÇÃO Felipe van Deursen

1. As referências a esse bípede de 3 m de altura são antigas e aparecem em relatos da maioria das tribos da América do Norte. Muitas delas o chamam de “Sasquatch”, que deriva de Sásq’ets – “homem selvagem” em halkomelem, idioma dos nativos do noroeste dos EUA e do sudoeste do Canadá

2. O mito ficou popular nos anos 1950, quando uma pegada foi encontrada em Bluff Creek, Califórnia. Em 1967, um vídeo exibia um suposto pé-grande em uma praia da cidade. Nas décadas seguintes, foram 4.945 avistamentos, segundo uma organização de pesquisadores do pé-grande

3. Desde 1963, cientistas de várias áreas investigam a existência do pé-grande. Entre os envolvidos estavam o antropólogo Grover Krantz (morto em 2002), da Universidade do Estado de Washington, o biólogo John Bindernagel e o especialista em locomoção de primatas Jeff Meldrum

4. Krantz analisou pegadas encontradas em Bossburg, em Washington, na década de 1960, e concluiu que os pés tinham projeções laterais e dedos deformados. Após outros estudos, ele defendeu que as pegadas só poderiam ser de um pé-grande

5. Em 1996, na floresta de Umatilla, em Washington, novas pegadas chamaram a atenção. Com mais de 35 cm, elas indicavam movimento de corrida e estavam dispostas em um ângulo de 45 graus, sugerindo que o bicho estava olhando para trás. O mais importante: a parte interna da planta dos pés era estreita demais para ser de um animal conhecido

6. A partir de pegadas como essas, estudiosos fazem moldes de gesso para recriar o bicho. O mais famoso é o “gesso de Skookum”, que revela um pé-grande com braços, coxas e nádegas quase 50% maiores que os de um humano

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7. Nos anos 1970, os caçadores de pé-grande Al Berry e Ronald Morehead gravaram, em uma floresta na Sierra Nevada, Califórnia, os chamados “Sierra Sounds”: 1h30 de vocalizações e batidas em madeira. Os sons seriam diferentes dos de qualquer ser já registrado

8. Em 2012, a veterinária norte-americana Melba Ketchum apresentou amostras de DNA de pelos, sangue, saliva e tecidos e confirmou a existência do pé-grande. Ela acredita que se trata de um híbrido entre o Homo sapiens e um primata desconhecido

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Por outro lado…
Nenhum desses estudos tem credibilidade na comunidade científica

– Apesar dos relatos muito antigos, ninguém jamais encontrou e catalogou ossos, tecidos ou qualquer evidência biológica do pé-grande

– As fotos atribuídas à criatura não são de boa qualidade, muito menos conclusivas. Podem ser macacos, outros animais ou até pessoas vestindo fantasias

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– Há avistamentos registrados em muitos lugares da América do Norte. Para ocupar toda essa área, a população da espécie seria grande o suficiente para ser devidamente registrada pela ciência. Difícil passar despercebida por tanto tempo. O urso-negro, apesar de ser um bicho recluso, é conhecido do homem há mais de mil anos e tem 16 subespécies classificadas

– Em 2014, pesquisadores da Universidade de Oxford (Reino Unido) analisaram supostas amostras de cabelo do pé-grande disponíveis em museus e coleções particulares. Todas vinham de animais como urso, lobo, veado, carneiro, vaca – e até de seres humano

– O artigo de Melba Ketchum foi publicado anonimamente em um site obscuro de ciência que ficou só um ano no ar. Além disso, um geneticista analisou as tais amostras de DNA e concluiu que elas são de gambá

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FONTES ABC News, Animal Planet, Big Foot Biologist, Bigfoot Field Researchers Organization, NATIONAL GEOGRAPHIC, Ron Morehead, Scientific American e Time

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