Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Avisos de advertência em refrigerantes detêm compradores

Estudo mostra que alertas sobre doenças em rótulos de bebidas açucaradas podem mudar a mente das pessoas – semelhante ao que se faz com cigarro

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 30 Maio 2018, 17h29 - Publicado em 30 Maio 2018, 16h06

Imagine a cena: na seção de refrigerantes, achocolatados e outras bebidas com muito açúcar, todos os rótulos possuem fileiras de dentes podres. Advertências como a incidência de doenças (desde cáries até diabetes) também estão lá. Isso impediria você de comprar uma Coca-Cola? Independentemente da sua resposta, um estudo no Reino Unido mostrou que essa medida mudaria, sim, a mente de muita gente.

A epidemia de obesidade é alimentada por produtos com alto teor de açúcares. No Reino Unido, o açúcar foi taxado com a expectativa de que as vendas caíssem. Mas especialistas em obesidade afirmam que é preciso ainda mais, e daí veio a ideia das advertências.

Para testar como as pessoas reagiriam aos produtos com rótulos assim, foi feito um experimento. Os participantes foram convidados a simular uma compra em uma seção com 15 bebidas possíveis de escolha (umas bem açucaradas e outras sem açúcar). Algumas opções não possuíam rótulos, outras carregavam estrelas indicativas de saúde, e por último havia as com advertências. Foram usados tipos diferentes de avisos: desde textos simples, sobre o risco de doenças ou o número de colheres de chá de açúcar usadas, até as famigeradas imagens de dentes podres. A ideia foi da professora Anna Peeters, da Universidade Deakin, na Austrália, e de sua equipe.

Os resultados: todas as unidades com advertências foram menos compradas, e a redução chegou a 20% para os exemplares com imagens de dentes podres. Peeters comenta que se houvesse permissão política para o uso de advertências gráficas, que possuem um efeito bem mais forte, seria a medida ideal. Uma advertência por escrito sobre o risco elevado de diabetes tipo 2 como resultado da obesidade não teria o mesmo impacto que uma imagem, disse ela, “a menos que você opte por amputações”, que podem ser consequência da doença.

Continua após a publicidade

Esse teste comprova o que a psicologia já afirmava com cigarros. A opção por imagens chocantes como advertência torna o produto menos atraente para jovens e motiva fumantes a procurarem tratamento para a dependência. Se nos rótulos dos maços tivesse apenas avisos por escrito sobre possíveis doenças, o efeito certamente não seria o mesmo.

O importante é que o estudo com bebidas açucaradas mostrou o poder desses alertas no comportamento das pessoas. No Brasil, já se consome quase o dobro da quantidade de açúcar recomendada pela OMS (18 kg por ano é o ideal; o brasileiro consome cerca de 30 kg), e os índices de obesidade só crescem. Uma medida única não reverterá a crise, mas até que a introdução desses rótulos poderiam dar uma mãozinha para o problema. Ao menos não vão poder dizer que ninguém avisou.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.