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Redução no descaso salvou a vida de 400 milhões

Dois Brasis foram salvos graças a um reforço no combate de doenças facilmente tratáveis

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 abr 2017, 16h25 - Publicado em 20 abr 2017, 18h30

A tripanossomíase africana, conhecida popularmente por “Doença do Sono”, é uma patologia tenebrosa. Começa com uma mosca te picando para tomar seu sangue. Na saliva do animal existe um parasita (chamado T. brucei), que começa a se multiplicar em um ritmo frenético já dentro do seu corpo. A região incha, seu corpo reage, mata a maior parte dos invasores, mas a alta produção repentina de anticorpos acaba desregulando seu corpo. Os rins começam a trabalhar de forma debilitada, enquanto a parte sobrevivente dos parasitas começam a atacar outras partes do seu corpo. Ocasionalmente o cérebro é atingido, aí o quadro piora de vez: sonolência, coma e morte.

Mas pior do que os sintomas é o descaso com a doença. A tripanossomíase se encaixa no grupo de Doenças Tropicais Negligenciadas (NTDs, na sigla em inglês), diagnósticos que costumam atingir países pobres, que poderiam ser facilmente tratados, mas que não recebem muita divulgação ou investimento de governos e farmacêuticas. Ou melhor, não recebiam. A Organização Mundial da Saúde anunciou que as NTDs estão sendo alvo de um projeto que está planejando mudar esse cenário – graças a ele, os casos de Doença do Sono caíram 89% entre 2000 e 2015, uma queda histórica

O relatório dessas ações foi publicado nesta semana, e deixa claro que esforços recentes para diminuir as NTDs têm mostrado resultados palpáveis. Um bom exemplo disso a Doença-do-verme-da-Guiné. Em 1986, a patologia afetou aproximadamente 3,5 milhões de pessoas. Em 2015 foram só 25. E essa não é uma situação isolada. A elefantíase foi eliminada em 8 países, com o número global de pacientes caindo de 1,4 bilhão, em 2011, para 950 milhões, em 2015. Desde 2008, houve uma queda de 82% nos casos de leishmaniose visceral, na Índia, Nepal e Bangladesh. E a Conjuntivite granulomatosa (a maior causa de cegueira do mundo) deixou de ser uma questão de saúde pública no México, Marrocos e Omã.  No panorama geral, o número de pessoas com NTDs caiu de 2 bilhões em 2010, para 1,6 bilhão em 2015 – e pelo menos 10 doenças foram erradicadas.

Os números são fruto de um trabalho que já dura 5 anos. Em 2012, a OMS lançou um plano de combate global às NTDs, durante uma conferência em Londres. Deu certo. A ideia chamou a atenção de governos, e da indústria farmacêutica e, de lá pra cá, se tornou o principal alvo para a doação de medicamentos no mundo. Somando só as organizações privadas, R bilhões foram direcionados em tratamentos espalhados por mais de 150 países.

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Os resultados são incríveis, mas estão longe de significar um fim. Para comemorar os 5 anos de projeto, a OMS realizou outra conferência nesta semana, dessa vez em Genebra. Lá, um novo objetivo foi traçado: pelo menos mais R$2,5 bilhões devem ser investidos no combate às doenças negligenciadas. Até o criador do Windows entrou na jogada, e a Fundação Bill e Melinda Gates se comprometeu a investir, ao longo dos próximos 4 anos, mais de um R$ 1 bilhão, no desenvolvimento de medicamentos que combatam essas condições.

Enfim, uma boa notícia 🙂

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