Boxe sem pancadaria
Pratique o pugilismo com toda a segurança e acabe com o adversário numa sensata decisão por pontos.
Luiz Dal Monte Neto
Houve uma época em que todos consideravam o boxe um esporte violento e primitivo. Hoje, diante das sanguinolentas competições no estilo ultimate fighting, que contrapõem diferentes escolas de artes marciais – todas engajadas no aprimoramento espiritual de seus praticantes –, o pugilismo mais parece uma elegante refrega de sopapos entre cordiais cavalheiros. Tamanho empenho na evolução espiritual do homem acabará por reinventar o coliseu. E tudo indica que a nova arena terá sempre a bilheteria esgotada.
Seja como for, o boxe, como vários esportes – do futebol americano ao golfe –, possui versões para tabuleiro. Nelas também é possível sacudir seus neurônios, mas sem o risco de seqüelas neurológicas. Uma das adaptações foi feita para ser jogada com objetos triviais como lápis e papel. Seu autor é o americano Sidney Sackson, um engenheiro civil mundialmente famoso pelas criações originais com as quais tem brindado os fãs de jogos deste planeta. Sid, como é chamado, também possui uma das maiores coleções particulares desses passatempos: seu acervo é composto por mais de 15 000 exemplares meticulosamente indexados.
Antes da luta, deve-se pegar duas folhas e traçar, em cada uma, um quadriculado de 4 X 4 casas. São os ringues. Cada jogador fica com um deles e anota a letra C no seu canto superior esquerdo. Depois, preenche o resto das quadrículas com números de 1 a 15, um número por casa, na ordem que quiser (veja a figura). O C indica o canto pelo qual o combate começará. Um dos participantes será designado par e o outro, ímpar.
Agora as duas folhas podem ser reveladas e postas lado a lado sobre a mesa, onde permanecerão durante a partida. Os números colocados nos cantos opostos ao dos C devem ser somados e o resultado, par ou ímpar, indicará quem iniciará a luta, que se desenvolverá em quinze rounds.
O primeiro jogador traça, sobre seu ringue, uma linha que vai da quadrícula inicial, o C, até qualquer outra que seja adjacente a ela no sentido horizontal, vertical ou diagonal. Depois é a vez do segundo, que faz o mesmo, mas no seu próprio ringue e sem escolher necessariamente o mesmo trajeto do adversário. Os números das duas casas escolhidas são comparados: quem tiver o maior será o ganhador do primeiro round. Se forem iguais, o assalto resultou empatado. Convém escrever numa das folhas os números de 1 a 15, para ir registrando os resultados: se ganhou o ímpar, escreve-se a letra I na frente do respectivo round; se foi o par, anota-se P; se houve empate, marca-se 0 (zero).
O vencedor de um assalto é o primeiro a jogar no próximo. Caso tenha havido empate, o primeiro a jogar será o mesmo do round anterior. Ele deve dar prosseguimento à linha traçada em seu ringue, escolhendo uma nova quadrícula adjacente à última utilizada. O oponente faz o mesmo e novamente se comparam os resultados.
Não é permitido passar mais de uma vez pela mesma quadrícula. Cuidado para não ir à lona, portanto, colocando-se numa situação em que não haja opção válida de jogada. Isso será considerado um cruzado no queixo, você será nocauteado e a partida estará perdida ali mesmo.
Depois dos quinze assaltos regulamentares, como se diz, vem a decisão por pontos. Aquele que ganhou mais rounds será o vencedor. Em caso de igualdade, a vitória será de quem iniciou a partida. No exemplo da figura, o jogador par ganhou por 8 a 6, com um nulo, depois de passar por um mal bocado na primeira metade do combate.
Luiz Dal Monte Neto é arquiteto e designer de jogos e brinquedos
Puzzles
Grande
Qual o maior número que se consegue expressar usando somente três números 3, sem nenhum outro símbolo? E três números 4?
Economia
Na loja de discos, Gabriel não sabia se levava cinco CDs com etiqueta A, mais três com B (que custava metade da A), ou se economizava 20 reais, comprando cinco da B e três da A. Sem usar álgebra, qual o preço de cada etiqueta?
Na fila
Parado no ponto, Silva viu três ônibus passarem. Um era amarelo, um vermelho e o outro branco. Um ia para a Zona Norte, um para a Leste, e o outro para a Sul, mas não necessariamente nessa ordem. Aproveitando a lentidão do trânsito, Silva pôde contar o número de ocupantes em cada veículo. O amarelo tinha o dobro do vermelho, que, por sua vez, tinha o triplo do branco. O que ia para o sul levava 25 pessoas a mais do que o destinado à Zona Norte. Qual a cor, o destino e a quantidade de pessoas de cada veículo?
Formiga
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