Checape antes de chegar ao útero
O embriologista Alan Handyside está fazendo fertilização in vitro para casais, talvez portadores de doenças genéticas, que querem ter certeza de que podem gerar filhos sadios.
E difícil imaginar recorde mais admirável: cinco crianças sadias, nascidas após fertilização em tubo de ensaio e examinadas antes mesmo de se abrigarem no útero materno. Essa é a proeza realizada nos últimos anos pelo embriologista Alan Handyside, do Instituto de Obstetrícia e Ginecologia, de Londres. A ele recorrem pais — de família sabidamente portadora de defeito genético — que não querem iniciar uma gravidez antes de garantir a boa saúde do futuro bebê. Assim, fornecem óvulos e espermatozóides que são fertilizados em laboratório e, menos de 72 horas depois, transformam-se em microscópicos embriões de apenas oito células cada um. Nesse estágio, pode-se verificar se têm ou não defeito genético; o embrião mais saudável é implantado na barriga da mãe. Embora cara e inconveniente (devido à fecundação artificial), essa técnica vem abrindo caminho para os partos ideais de amanhã. Handyside, um dos mais bem- sucedidos pesquisadores da área, assegurou, este ano, o nascimento das gêmeas Natalie e Danielle Edwards, ameaçadas pela adrenoleucodistrofia, mal hereditário que destrói células nervosas.