Chip dá ao homem visão eletrônica
O médico americano Eugene de Juan conseguiu fazer um cego enxergar pontos brancos de luz através de sensores eletrônicos colocados nos olhos.
Parece milagre: cada vez que o médico aperta um botão, um pulso elétrico percorre o olho do paciente cego e este acusa: “Vi um ponto branco”. Ele vê luz, embora seja incapaz de captar luz – um defeito causado por doenças como retinose pigmentosa, ou por descolamento de retina. A solução é usar uma bateria de sensores eletrônicos em lugar dos sensores naturais danificados. É o que pensa Eugene de Juan, cirurgião da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos. Ele conta que, por enquanto, os pacientes vêem apenas pontos brancos. Mas já assinalam corretamente a duração e o tamanho de tais pontos, assim como a direção do suposto sinal luminoso. Ou seja, os pacientes identificam sem erro diferentes pulsos elétricos e em diferentes regiões do olho. A idéia é substituir gradualmente a maquinaria da visão: a luz penetra no olho e é captada por sensores fotovoltaicos, como os dos painéis de energia solar. Eles convertem luz em eletricidade e ativam células nervosas especializadas, que dão início à formação da imagem no cérebro. No primeiro passo dado por de Juan, os sinais elétricos são enviados diretamente a células nervosas. Mas os sensores de luz, acoplados a um chip, já foram construídos e deverão traduzir imagens reais em eletricidade antes de enviá-las ao cérebro. O desafio neste momento é evitar que o chip cause danos aos tecidos do olho.