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Cientistas pedem que OMS revise transmissão de Covid-19 pelo ar

Em carta aberta, pesquisadores deixam claro que, apesar de ainda não haver evidências concretas dessa forma de propagação, nada impede que a organização atualize as medidas preventivas para a doença.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 7 jul 2020, 16h45 - Publicado em 7 jul 2020, 16h39

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia do novo coronavírus em março de 2020. Quatro meses se passaram e apesar das inúmeras pesquisas, muitas questões ainda continuam em aberto – o que dificulta a criação de estratégias para lidar com o vírus.

Uma dessas questões é a forma como o Sars-CoV-2, o patógeno causador da Covid-2019, é transmitido. Para a OMS, o vírus é passado apenas por gotículas expelidas por pessoas infectadas ao tossir ou espirrar. Essas gotículas caem em superfícies e outras pessoas acabam pegando após encostar no local e levar o vírus ao rosto. Daí a importância de manter a higienização das mãos.

No entanto, centenas de pesquisadores acreditam que essa não é a única forma de propagação. Em carta aberta, publicada na última segunda (6) na revista Clinical Infectious Diseases, 239 cientistas de 32 países apontaram para a possibilidade do Sars-Cov-2 ser transmitido pelo ar. 

No documento, os pesquisadores usam como exemplo o caso de um restaurante chinês, em que um paciente zero parece ter infectado outras cinco pessoas de duas famílias diferentes. As câmeras do estabelecimento mostram que os indivíduos, que estavam em três mesas diferentes, não tiveram contato direto, mas mesmo assim ocorreu a infecção. 

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Os cientistas apostam que os aerossóis (micropartículas invisíveis a olho nu) são os grandes culpados. Veja bem: o distanciamento de dois metros, recomendado pela OMS, impede que partículas maiores, com mais de 500 micrômetros (em comparação, fios de cabelo têm de 60 a 120 micrômetros de diâmetro) cheguem de uma pessoa a outra. Isso porque essa é a distância necessária para que as gotículas saiam da boca ou nariz e caiam no chão. Por outro lado, os aerossóis (com menos de 5 micrômetros) podem viajar cerca de oito metros e se manter no ar por até uma hora. 

Não há evidências concretas que confirmem a transmissão do coronavírus por aerossóis, nem se sabe ao certo a quantidade de gotículas necessárias para infectar alguém dessa forma. Mas os cientistas defendem que há sinais suficientes para que a OMS imponha medidas de precaução em relação ao contágio por via aérea.

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A publicação surge no momento em que diversos países estão reabrindo seus comércios, restaurantes, escolas e escritórios. Caso a transmissão por micropartículas realmente ocorra, tais lugares, com ambientes fechados, poderão ser os mais afetados, já que as recomendações de higienização e distanciamento serão insuficientes. 

Os pesquisadores propõem que a OMS inclua a possibilidade de transmissão pelo ar em suas cartilhas. Além disso, sugerem algumas mudanças simples, mas capazes de conter a propagação da doença. São elas:

  • implementação de ventilação capaz de filtrar o ar – como existe em alguns hospitais – nas escolas, escritórios e outros locais fechados;
  • instalação de luzes ultravioletas germicidas, que destroem o material genético do vírus, neutralizando-o.

Caso não haja ventilação mecânica, o ideal é manter as janelas abertas para o ar circular e, consequentemente, diluir essas micropartículas. O uso de máscara e o controle do número de pessoas dentro dos locais segue como medida imprescindível. 

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Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS, explicou à Reuters que a organização considera a possibilidade da transmissão pelo ar, mas que isso não está apoiado em evidências sólidas. “Estamos cientes do artigo e estamos revisando seu conteúdo com nossos especialistas técnicos”.

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