No Hospital Albert Einstein, em São Paulo, já é possível submeter-se a uma cirurgia sem transfusão de sangue. Por meio de um equipamento, o sangue que o paciente perde durante a cirurgia volta ao seu organismo minutos depois, devidamente purificado. Se ainda assim for necessária uma transfusão, bastará um volume da ordem de 20 por cento do utilizado em operações convencionais. O sistema funciona da seguinte forma: um pequeno tubo manipulado com o bisturi aspira o sangue durante a cirurgia; depois de tratado com um anticoagulante, o líquido é levado para uma máquina que elimina toda sorte de impurezas, até mesmo anticoagulante em excesso.
A surpreendente máquina é usada, normalmente, para separar os componentes do sangue. “Resolvemos adaptá-la para o uso em cirurgias porque estávamos preocupados em diminuir as transfusões, devido aos riscos que elas encerram”, conta o hematologista Leonel Szterlíng, um dos diretores do banco de sangue do Einstein. O equipamento é usado em cirurgias cardíacas, vasculares, de fígado, ginecológicas, neurológicas e ortopédicas. Todo o material empregado é importado e descartável. Para o bolso do paciente, o uso da máquina equivale ao custo de três transfusões de sangue (ou 150 mil cruzados, a preços de agosto).