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Como a obesidade infantil afeta o corpo?

Excesso de tecido adiposo pode comprometer vários órgãos e sistemas

Por Gabriela Portilho
Atualizado em 14 fev 2020, 17h32 - Publicado em 6 nov 2017, 18h35

A obesidade infantil é a doença crônica que mais prevalece na população infantil, atingindo uma em cada três crianças no Brasil. Nos EUA a situação é ainda mais grave, e talvez, pela primeira vez na história, as crianças norte-americanas poderão ter uma expectativa de vida menor do que a dos seus pais devido aos quadros de obesidade. Apesar de as causas poderem ser genéticas, 95% dos casos estão ligados à falta de atividades físicas e à alimentação incorreta, com excesso de gorduras e açúcares. Filhos de pais obesos possuem muito mais chances de desenvolver o problema, já que podem adquirir dos pais os maus hábitos alimentares. Mas a questão vai além dos quilinhos a mais, que atrapalham a vida social da criança. “A obesidade pode trazer uma série de fatores de risco associados a ela e reduzir a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes”, explica Maria Edna de Melo, doutora em endocrinologia pela USP e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

(Natanael Gomes/Mundo Estranho)

1) CÉREBRO
Crianças obesas têm mais chances de desenvolver um quadro em que o fluido que envolve o cérebro aumenta em quantidade, o que eleva, por consequência, a pressão no órgão. Ainda não se sabe ao certo por que isso acontece, mas o problema pode causar dores de cabeça severas, visão embaçada e náuseas. Alguns estudos sugerem também que crianças obesas são mais propensas a apresentar lesões cerebrais similares às de pacientes com Alzheimer

2) OLHOS

(Natanael Gomes/Mundo Estranho)


Pessoas obesas têm o dobro de chances de se tornarem completamente cegas devido à maior propensão em desenvolver diabetes tipo 2. Pacientes obesos também têm maior dificuldade em combater os radicais livres, o que prejudica a capacidade de regeneração das células. Na retina, isso pode levar à degeneração da mácula – uma pequena região responsável pela visão de detalhes

3) CORAÇÃO

(Natanael Gomes/Mundo Estranho)


O excesso de peso pode expandir o volume total de sangue, forçando o coração a trabalhar mais. Conforme envelhecemos, isso vai se tornando ainda mais difícil. Em alguns casos, o tamanho do músculo cardíaco e do átrio esquerdo pode ser maior entre as crianças obesas, o que afeta a capacidade do coração de se encher de sangue, levando a um aumento no bombeamento cardíaco

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4) PULMÕES
A gordura na região do tórax pode pressionar os pulmões contra o diafragma, dificultando sua expansão durante a absorção de oxigênio. É por isso que crianças obesas podem sentir falta de ar, mesmo estando paradas. Elas também têm de duas a cinco vezes mais chances de desenvolver apneia do sono, uma interrupção da respiração enquanto dormem. Isso aumenta os riscos de infarto e AVC

5) FÍGADO

(Natanael Gomes/Mundo Estranho)


A gordura no fígado, comumente encontrada em adultos que consomem muito álcool ou alimentos gordurosos , agora ocorre em um terço de garotos e garotas. No curto prazo, ela pode levar a dores abdominais, infecções e fadigas. No longo, está relacionada à cirrose, ao câncer de fígado e à falência hepática

6) PÂNCREAS

(Natanael Gomes/Mundo Estranho)


Com a obesidade, a insulina (que ajuda a levar o açúcar para dentro das células) não funciona normalmente. Não se sabe exatamente como isso acontece, mas as células ficam resistentes à ação da insulina, levando ao acúmulo de açúcar no sangue. Com isso, a diabete pode se desenvolver. A do tipo 2 danifica os vasos sanguíneos, reduzindo a longevidade de 10 a 20 anos, em média

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7) HORMÔNIOS

(Natanael Gomes/Mundo Estranho)


A leptina é um hormônio produzido pelas células de gordura (adipócitos). Quanto mais adipócitos, mais leptina. Meninas obesas podem iniciar seu período menstrual mais cedo, porque a leptina influencia diretamente a produção de estrógeno e progesterona pelos ovários. Como as meninas geralmente param de crescer dois anos após a primeira menstruação, obesas podem acabar não atingindo seu potencial de crescimento

8) OSSOS
Nas crianças, existem estruturas localizadas nas extremidades da maioria dos ossos chamadas de placas de crescimento. São espécies de cartilagem que fazem com que os ossos estiquem à medida que as pessoas crescem. Nas crianças obesas, o osso e a cartilagem não são fortes o suficiente para lidar com esse excesso de peso e se tornam instáveis, podendo causar dores e sobrecarga nos ossos

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9) VASOS SANGUÍNEOS

(Natanael Gomes/Mundo Estranho)


O sobrepeso na infância é considerado o principal fator de risco para a elevação da pressão arterial em crianças e adolescentes. Crianças gordinhas possuem de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver hipertensão arterial e colesterol se comparadas a uma população infantil com peso adequado, o que leva a um aumento do risco de parada cardíaca

CONSULTORIA Luciana Cristante Izar Marino, endocrinopediatra do Centro de Obesidade do Hospital Infantil Sabará

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