Ivy Farias, de Nova York, e Renate Krieger, de Paris
No dia 6 de julho, o Comitê Olímpico Internacional (COI) vai escolher a cidade -sede dos Jogos Olímpicos de 2012. A corrida começou há 2 anos, com 9 competidores. Rio de Janeiro, Leipzig (Alemanha), Havana (Cuba) e Istambul (Turquia) foram deixados para trás no fim da primeira etapa. Ficaram no páreo Londres, Madri, Moscou, Nova York e Paris.
É a primeira vez que o COI faz a seleção em 2 fases. Na primeira, foram analisados 11 critérios e as cidades receberam notas de 1 a 10 para cada item. Com base nesse resultado, o COI decidiu quais poderiam continuar na disputa.
A segunda etapa avalia 17 critérios e inclui uma visita da Comissão Avaliadora às cidades candidatas. O resultado é um relatório (divulgado em 6 de junho) que não dá notas, mas aponta trunfos e fraquezas de cada projeto, a fim de ajudar os membros do Comitê Olímpico na hora da escolha.
A eleição deste ano acontece em Cingapura e, dos 115 membros do COI, só não votam os representantes de países concorrentes. Diversos turnos se sucedem até que uma das cidades tenha a maioria absoluta dos votos. A cada turno, a cidade com menos votos é excluída da votação.
A SUPER está acompanhando a corrida e mostra ao lado quais são os pontos fortes e fracos de cada uma das 5 candidatas.
1. Legado
Avalia o impacto na cidade depois dos Jogos e como valores olímpicos serão promovidos. Paris e Londres ficam na frente porque têm boas políticas de inclusão social e desenvolvimento sustentável.
2. Apoio político
Avalia o envolvimento dos governos municipal, estadual e nacional no planejamento e financiamento dos Jogos. Londres pretende criar um órgão com poderes ministeriais para a Olimpíada.
3. Legislação
Avalia se as candidatas respeitam todas as regras do Movimento Olímpico e as propostas de leis para garantir os Jogos. Moscou ganha pontos porque não precisaria criar nenhuma nova lei.
4. Fronteira
Todas as cidades se comprometeram com facilidades aduaneiras. Nova York perde pontos pelas complicações com a aprovação de vistos, o que pode dificultar a ida de jornalistas ou de alguns visitantes.
5. Meio ambiente
O projeto de Paris é bastante cuidadoso com impactos ambientais. Madri fica atrás porque incluiu no projeto a compra de direitos de emissão de poluentes e o COI determina emissão neutra de gás carbônico.
6. Finanças
O orçamento das 5 cidades é de, em média, 5 bilhões de dólares e o COI doa 600 milhões para a sede. O projeto de Nova York conta com muito capital privado (o que pode ser visto como falta de apoio do governo).
7. Marketing
Avalia as ações que podem ajudar a promover uma imagem positiva dos Jogos junto aos visitantes. Nova York tem vantagem porque garantiu 87% dos ingressos com preço menor que 100 dólares.
8. Locais de provas
Avalia as propostas de uso durante e depois dos Jogos. O ideal é usar o menor número de locais e evitar a construção de “elefantes brancos”. Nova York é a única que não tem estádio olímpico.
9. Para-olímpíadas
As cidades adaptam a estrutura usada nos Jogos e os planos são avaliados com rigor. A Vila Paraolímpica de Paris tem a maior capacidade (abrigaria 9 500 pessoas).
10. Vila Olímpica
Deve ter capacidade para cerca de 17 mil atletas. O COI avalia a distância até os locais de competição, o uso depois dos Jogos e o ambiente ao redor. Todos os projetos preenchem os requisitos.
11. Saúde
O atendimento médico durante os Jogos não deve atrapalhar as operações normais da cidade. Nova York fica atrás porque o atendimento não seria gratuito .
12. Segurança
Considera desde a possibilidade de ataques terroristas até índices de crimes urbanos. Paris foi bem avaliada na primeira fase. Nova York e Madri perdem pontos por causa dos ataques terroristas.
13. Acomodações
O COI exige pelo menos 40 mil quartos 3, 4 ou 5 estrelas. Madri garantiu preços reduzidos e Moscou é a única que ainda precisaria construir quartos (pelo menos mais 20 mil).
14. Transporte
A sede recebe em média 25 mil pessoas, o que sobrecarrega a estrutura de transportes. Todas as cidades têm bons planos de expansão de estradas, aeroportos e redes urbanas.
15. Tecnologia
A infra-estrutura de telecomunicações deve estar atualizada com as inovações tecnológicas. O projeto de Moscou é o único que não é muito claro neste critério.
16. Mídia
A cidade deve garantir a construção de um centro de imprensa bem equipado, além de um plano para o uso depois dos Jogos. Todas as cidades apresentaram bons projetos.
17. Cultura
O COI quer garantir planos de educação e cultura que expressem a verdadeira natureza dos Jogos. Todas as cidades apresentaram projetos e idéias criativos neste quesito.
Ranking final
As 5 cidades têm chances reais de sediar os Jogos, mas Paris é apontada como favorita pelas vantagens em quesitos importantes como segurança e legado.
Fontes: comitês de candidatura de Londres, Madri, Moscou, Nova York e Paris; Comitê Olímpico Internacional; Essar Gabriel, Diretor de operações da candidatura de Paris, Ed Hula https://www.aroundtherings.com