Chega ao mercado a primeira vacina contra o melanoma, câncer de pele. A droga não inumiza o indivíduo contra a doença, mas serve como um treinador de táticas de defesa. A grande dificuldade em evitar o crescimento de tumores malignos é que as células cancerosas dificilmente são reconhecidas pelo corpo como invasoras, porque pertencem ao organismo. A vacina resolve esse problema misturando essas inimigas irreconhecíveis com bactérias causadoras da tuberculose. Como explicou à SUPER o imunologista Malcolm Mitchell, as bactérias são bem conhecidas. Assim, a mistura é atacada pelo sistema imunológico, logo que entra na corrente sanguínea. A droga oferece vantagens sobre a quimio e a radioterapia porque tem efeitos colaterais mais suaves. Não provoca queda de cabelos nem enjôo. Por ora, o medicamento, criado pela empresa de biotecnologia Ribi ImmunoChem Research, em Montreal, é vendido apenas no Canadá. O Ministério da Saúde não tem previsão para a chegada da droga ao Brasil.
Professor de defesa
A vacina ensina o corpo a combater o melanoma.
1. Normalmente, as células de defesa não atacam as células supercrescidas de câncer porque elas pertencem ao próprio organismo. Ou seja, não são reconhecidas como invasoras.
2. Na nova vacina, as células de tumor de pele são misturadas a pedaços de bactéria – velhas conhecidas do sistema imunológico.
3. Ao cair na corrente sanguínea, as células “batizadas” são combatidas como invasoras pelo sistema imunológico. As células de defesa atacam o tumor.
4. Assim, o organismo aprendeu a reconhecer o câncer como inimigo. Se ele voltar a aparecer, mesmo sem as bactérias, vai levar chumbo do sistema imunológico.