A suspeita de que a eletricidade pode causar câncer esbarrava até há pouco na dificuldade de explicar como as células seriam afetadas. Afinal, a energia irradiada pelos fios de rua é muito pequena, incapaz de queimar tecidos ou danificar substâncias orgânicas (SUPERINTERESSANTE número 8, ano 4). No entanto, duas pesquisadoras americanas acabam de descobrir uma sólida evidência de que a energia elétrica pode estimular substâncias da membrana que envolve as células. No caso específico de organismos já cancerosos, objeto das pesquisas, o estímulo fez proliferar as células afetadas pelo mal. As experiências foram realizadas pelas cientistas Reba Goodman, da Universidade Columbia, e Ann Henderson, da Universidade de Nova York, e tiveram grande repercussão. “A evidência é forte”, concedeu, por exemplo, o especialista Charles Rafferty, do Instituto de Pesquisa sobre Energis Elétrica, organismo financiado pela industria do setor. De fato, tais resultados completam um capítulo importante no estudo da relação entre eletricidade e saúde.