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Estudo de 2009 alertou para possível epidemia de zika

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Atualizado em 11 mar 2024, 09h22 - Publicado em 12 fev 2016, 12h39

Um estudo publicado em 2009 alertava para os perigos de uma epidemia de zika. No trabalho, os cientistas mencionavam o potencial de urbanização de três vírus diferentes, entre eles o zika.

Em resumo, o trabalho alerta para as condições favoráveis para que doenças transmitidas por mosquitos se espalhassem pelo mundo. Além da zika, o estudo fala também sobre a febre amarela e sobre o vírus mayaro.

Os autores são dois virologistas, Scott C. Weaver e William K. Reisen. Entre os mecanismos que eles abordam está a expansão geográfica de certas espécies de mosquitos. Eles afirmam que, com o decorrer do tempo, essa expansão deve ser mais e mais comum. Entre os principais fatores para que isso aconteça estão o desmatamento de áreas florestais e maior mobilidade ao redor do mundo. Viagens de passageiros e transportes de cargas poderiam permitir que os mosquitos vetores se espalhassem.

Outro fator citado pelos autores para que essas doenças fiquem mais comuns é o aquecimento global. De acordo com eles, os períodos propícios para reprodução dos insetos vetores aumentariam – expandindo também os momentos de pico das doenças.

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O maior risco, no entanto, fica por conta da transmissão por vetores extremamente eficientes em ambientes urbanos. Na época, o zika não era associado a isso, apesar de ter a possibilidade de transmissão pelo Aedes aegypti.

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“Existem motivos para acreditar que vírus adicionais têm potencial para urbanização, o que poderia ter consequências devastadoras para a saúde pública, especialmente no mundo ocidental, onde não temos casos de imunidade”, escrevem os autores.

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“Combinado com a explosão da população humana em áreas urbanas nos trópicos, a incidência de doenças como dengue e chikungunya continuará aumentando até que vacinas ou melhores ferramentas de controle desses vetores em ambientes urbanos sejam criadas”, escrevem os cientistas.

No final do trabalho, os especialistas ainda sugerem estudos para entender como outros vírus ainda não haviam se espalhado pelo mundo. Eles afirmam que isso ajudaria no desenvolvimento de estratégias para facilitar e prevenir surtos urbanos de novos vírus.

Outras ameaças

Os outros dois vírus citados no trabalho são a febre amarela e o vírus mayaro. A febre amarela é uma velha conhecida do mundo ocidental. Foram registrados surtos da doença a partir do século XVI. Até o início do século XX, a doença atingia principalmente cidades portuárias da América do Norte e do Sul.

O mayaro foi isolado pela primeira vez em 1954, em Trinidad. De acordo com o trabalho, ele causa sintomas parecidos com os da dengue, como febre, dores de cabeça e dores nos olhos.

Segundo os especialistas, muitos casos de infecção do vírus mayaro são confundidos com dengue por falta de testes de laboratório para confirmar a doença. Uma diferença considerável com a dengue é que o mayaro é muito mais persistente. As dores nas articulações podem incapacitar o doente de semanas a meses – um quadro muito mais severo do que o da dengue.

Os cientistas alertam para evidências de que o mayaro pode ter surtos em ambientes urbanos. Ele é extremamente próximo da chikungunya (que já apresentou casos urbanos), ocorrência comum em áreas próximas às urbanas com grande número de Aedes aegypti e, por último, a possibilidade de que o Aedes passe a ser um vetor de transmissão do vírus.

“A atividade epidêmica de chikungunya deve servir como aviso de que vírus obscuros como o mayaro não podem ser subestimados como potenciais patogenias emergentes”, diz o documento.

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