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Ideia 8: Chega de mortes idiotas

Milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças para as quais já existe tratamento. Todas essas mortes poderiam ser evitadas

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 1 dez 2013, 22h00

Carol Castro

Cerca de três milhões de pessoas morrem por ano por causa de doenças que poderiam ser evitadas com estratégias de prevenção ou tratamento que já existem. Quase todas estão em países pobres. Calcula-se que só as doenças negligenciadas, definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como males que recebem pouco investimento para pesquisa e novos remédios, atingem um bilhão de pessoas por ano. Dessas, cerca de 1 milhão morrem. “Esse número pode ser ainda maior, já que morre muita gente sem saber o que tinha”, diz Carolina Batista, diretora do Médicos Sem Fronteira. Outras doenças ainda mais comuns, como pneumonia e diarreia, fecham a soma dos milhões de mortes bestas pelo mundo. E a maioria delas precisaria de pouco para ser evitada. É o que aconteceu com a malária: em uma década, a taxa de mortalidade da parasitose caiu pela metade graças à distribuição de 400 milhões de mosquiteiras com inseticida. No Brasil, as mortes por diarreia caíram em 95% desde 1980, com campanhas educativas e de vacinação contra rotavírus, além de melhorias no saneamento básico e acesso à água tratada. Simples assim.

Um salve geral
Saiba quais são e onde incidem as doenças evitáveis deste mundo
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DIARREIA700 mil mortes/ano
Onde ataca: África subsaariana, sul e leste da Ásia, Oriente Médio e América Latina.

É a segunda maior causa de mortalidade infantil no mundo. Em 88% dos casos, a doença só aparece porque não há saneamento básico ou água potável. Além disso, dá para reduzir as mortes com estratégias relativamente baratas, como tratamento à base de zinco, campanhas de vacinação contra sarampo e rotavírus e campanhas educativas sobre a importância de lavar as mãos com sabão.

PNEUMONIA – 1,3 milhão de mortes/ano
Onde ataca: África, América Latina (principalmente Peru, Brasil e Bolívia), sul e leste da Ásia.

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O maior problema com a pneumonia é a falta de informação e assistência médica – as pessoas demoram a procurar ajuda, por falta de conhecimento. A solução é ensinar a reconhecer os sinais de pneumonia, como tosse com secreção, dores no peito, febre alta, respiração ofegante. E, na presença deles, buscar um médico para tomar antibióticos.

MALÁRIA – 660 mil mortes/ano
Onde ataca: África subsaariana, América Latina (principalmente na região amazônica) e sul da Ásia.

Só em 2010, a malária atingiu 219 milhões de pessoas, das quais 660 mil morreram. Para evitar tanta morte, o primeiro passo é não deixar água parada acumulada, para evitar a proliferação do mosquito transmissor. Também é importante adotar proteções, como repelente, roupas compridas e mosquiteiras em janelas e sobre as camas e berços.

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DENGUE* – 22 mil mortes/ano
Onde ataca: América Latina, África, sul da Ásia, Oriente Médio e Oceania.

Assim como no caso da malária, a melhor forma de prevenção é o controle do mosquito: evitar o acúmulo de água parada. Mas ainda falta informação e sobram vítimas: 100 milhões de novos casos são reportados por ano. A taxa de mortalidade é de até 30% em pacientes sem tratamento.

*Doença negligenciada, segundo a OMS.

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