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Impotência sexual: Um golpe na moleza

A cada minuto são consumidas no mundo 500 pilulas para o tratamento da disfunção erétil. Mais de 16 milhõesde homens já receberam a ajudinha que faltava

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h40 - Publicado em 31 ago 2004, 22h00

Maurício Oliveira

Chamando-o por sua denominação oficial, citrato de sildenafil, quase ninguém é capaz de reconhecê-lo. Mas recorrendo ao nome com o qual o produto chegou ao mercado, em 1998, nenhum terráqueo minimamente informado dirá que não conhece o Viagra, a milagrosa pílula azul que surgiu para combater um dos maiores fantasmas masculinos: a impotência sexual. Sildenafil é o nome da droga – sintetizada a partir da análise minuciosa do funcionamento do órgão sexual masculino – que inibe a ação da enzima responsável pelo relaxamento das veias do pênis. Dessa forma, evita-se que ele fique flácido. O processo funciona em 80% dos casos. A substância começa a agir cerca de meia hora após ingerida e permanece por quatro horas no corpo, período em que o pênis se torna capaz de responder satisfatoriamente a estímulos. O medicamento não deve ser ingerido depois de comer ou após tomar bebidas alcoólicas e é necessário haver estímulo sexual para surtir o efeito desejado.

Apesar de caro, logo o produto se tornou um sucesso de vendas – e não por acaso. Estima-se que metade dos homens acima de 40 anos sofra, em algum estágio, de disfunção erétil. O problema pode ser causado por fatores como pressão alta, colesterol, diabetes, estresse e depressão. De acordo com projeção do laboratório que produz o medicamento, mais de 16 milhões de homens já fizeram uso do Viagra. Em média, a cada minuto, 500 pílulas azuis são consumidas ao redor do mundo.

O Viagra reinou sozinho no mercado nos primeiros anos, tempo suficiente para que a marca lançada pela Pfizer se transformasse em substantivo comum – a exemplo do que aconteceu com “gilete” como sinônimo de lâmina de barbear ou “aspirina” como sinônimo de comprimido para dor de cabeça. Outros produtos na mesma linha foram lançados nos últimos tempos, alguns deles com promessa de efeitos mais prolongados. Uma das novidades esperadas na área para os próximos anos é uma versão em spray do Viagra, que proporcione efeitos ainda mais rápidos.

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De volta à festa

Medicamento promoverevolução na Terceira Idadee agora preocupa

Embora tenha surgido para tratar de um problema de saúde – a disfunção erétil –, o Viagra logo ganhou uso “recreativo”. Muitos homens sem dificuldades sexuais driblam a exigência de prescrição médica e usam o remédio para ampliar o tempo de ereção, obter maior prazer e impressionar a parceira ou o parceiro. Especialistas temem que esse tipo de uso crie dependência psicológica. Há também preocupação com possíveis conseqüências a longo prazo, embora a princípio não haja contra-indicações para o uso diário – exceto em casos de associação com determinados remédios, como aqueles à base de nitrato, freqüentemente usados contra dores no peito. Ao trazer de volta à vida sexual milhões de homens que se julgavam “aposentados”, o Viagra promoveu uma verdadeira revolução na Terceira Idade.

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O fenômeno chegou a tal ponto que nos Estados Unidos há campanhas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis voltadas para essa faixa etária (há grande dificuldade para convencê-los a usar preservativos). Nos Estados Unidos e na Europa, 10% dos novos casos de contaminação por HIV ocorrem em pessoas a cima de 50 anos.

O impacto da descoberta

Ao amenizar um dos maiores problemas sexuais, a impotência masculina, o Viagra contribuiu para melhorar a qualidade de vida não só dos homens afetados pelo problema, mas também das suas parceiras e de seus parceiros

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