Nos pulmões dos suínos está a salvação para 370 000 crianças que a cada mês nascem prematuras no Brasil. Muitas delas morrem porque falta no seu pulmão uma mistura de proteínas e gorduras, chamada surfactante, que só se forma no organismo nas últimas semanas de gestação. Essa substância não deixa os pulmões murcharem totalmente vez a cada vez que expiramos o ar (veja o infográfico ao lado). O Instituto Butantan e a empresa Sadia fizeram uma parceria para produzir o surfactante sintético. A Sadia entra com os porcos que são abatidos para a produção de embutidos e o Butantan, com a tecnologia. Os pulmões dos animais passam por um lava-rápido na fábrica da Sadia em Santa Catarina, onde são banhados com água e sal. O soro retirado dali é purificado num laboratório do Instituto, em São Paulo. Essa substância já existe no Brasil, só que é importada e custa 700 reais a dose. “A nova técnica vai tornar o medicamento dez vezes mais barato”, diz Isaias Raw, diretor da Fundação Instituto Butantan.
Feito balão de gás
Seu pulmão não cola a cada expiração porque tem uma substância que segura um pouco de ar lá dentro.
1. O ar entra pelos brônquios e desce até os alvéolos, pequenos sacos de onde o oxigênio passa para o sangue.
2. Quando os pulmões se esvaziam, os alvéolos murcham, feito uma bexiga de gás.
3. Para as paredes não se colarem de vez, elas são revestidas por uma substância chamada surfactante, que não deixa o alvéolo se esvazir totalmente.