Textos Gustavo Simon
Quando se fala em cérebro, todo mundo logo pensa em “massa cinzenta”. Tudo bem, pode continuar se referindo ao cérebro assim. Afinal, o termo já entrou para o vocabulário popular. Além do mais, ele não está inteiramente incorreto. Existe uma parte do cérebro que até os neurologistas chamam de massa – ou substância – cinzenta. A verdade, no entanto, é que nosso cérebro não é cinza. Se pudéssemos observar o órgão em pleno funcionamento, dizem os médicos, o que veríamos seria uma massa de coloração apenas esbranquiçada, bem clarinha e brilhante.
“Essa aparência se deve aos fluidos e ao material gorduroso que envolve o cérebro humano”, diz a médica Márcia Lorena Chaves, do Departamento de Neurologia Cognitiva da Academia Brasileira de Neurologia (Abneuro). Ainda que o órgão fosse partido ao meio e visto do lado de dentro, a cor cinza não daria as caras. No máximo, você observaria um tom levemente rosado, por causa da incrível vascularização sanguínea que irriga cada milímetro de nosso “disco rígido”.
Rigidez, por sinal, é outro mito sobre o cérebro humano. Muita gente acredita que ele seja meio mole, mas na verdade é bem firme – uma consistência, de acordo com os neurologistas, semelhante à do tofu (aquela iguaria japonesa feita de soja).