Olfato e paladar: Nham, nham…
Apetitoso, não? Essa paella só é uma festa para o paladar e o olfato porque esses sentidos não estão ocupados em manter você vivo.
Carlos Dias
Só a imagem da paella aí ao lado já é suficiente para dar água na boca. Imagine se ela estivesse fumegando na sua frente agora, espalhando pelo ar o aroma do açafrão. Dê graças à civilização por esse luxo. Originalmente, o paladar se limitava a uma função bem mais prosaica – a de assegurar ao homem primitivo que o alimento que ele punha na boca não o iria envenenar. Entre os animais, ainda é assim. Só a humanidade recorre ao paladar como fonte de puro prazer.
Algo parecido acontece com o olfato. Na natureza, esse é o mais essencial dos sentidos. Dele, mais do que de qualquer outro, depende a sobrevivência. A visão pode ser importante, mas de nada valem os olhos no breu da noite, numa selva. Quanto à audição, por mais aguçada que seja, ela é incapaz de identificar uma presa escondida por perto, bem quietinha. Ou, ainda mais grave, um predador. Já o cheiro é indisfarçável. Todo ser vivo libera moléculas que produzem odores, o tempo todo. Com a evolução, o olfato humano se enfraqueceu. O nariz do gato ou do cachorro é muitas vezes mais sensível do que o do dono. Mas essa perda teve compensações. Em lugar de cair em desuso, o olfato se aliou ao paladar para proporcionar a você um leque imenso de sabores irresistíveis. Como o desta paella.
Um sentido animal
A mosca tem o paladar e o olfato bem separados. As antenas servem para cheirar. A boca, as patas e as asas, para sentir o gosto
Além da boca, o peixe tem papilas gustativas também na cabeça, nas barbatanas e na cauda. Com Isso, ele prova os petiscos que come antes de abocanhá-los. E evita o risco de se envenenar
Quando é ameaçada, a jaritataca, um tipo de gambá, planta bananeira para se livrar do inimigo. Glândulas embaixo do rabo lançam um jato malcheiroso que alcança mais de 3 metros