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Ondas do barulho, audição

Todos os sons, audíveis ou não, são vibrações que viajam como vagas no oceano do ar.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 31 jul 1998, 22h00

Claudio Angelo

Responda rápido: se uma árvore cai no meio da Amazônia e ninguém ouve, ela faz barulho? A pergunta pode parecer estúpida mas, até o século XVIII, despertava debates infindáveis entre físicos e filósofos. Para os filósofos, o som era uma sensação conhecida apenas pelos nossos ouvidos e que dependia deles para existir. Venceram os físicos. Ainda que você não possa ouvir, os sons existem sempre que o ar é agitado por vibrações regulares de um corpo qualquer. Essas vibrações fazem com que as moléculas de ar se choquem umas contra as outras, transmitindo energia. “O som é uma onda mecânica, parecida com as que se formam no mar”, compara o engenheiro de som José Amauri de Sousa Jr. Como suas primas aquáticas, as ondas sonoras têm tamanhos diversos. Um sussurro equivale a uma marola e um berro pode ser um vagalhão. A freqüência das ondas também influi no que você ouve. Uma corda de violino vibra muitas vezes a cada segundo, produzindo ondas estreitas, de som agudo. Uma corda de contrabaixo, mais grossa, vibra menos, produzindo ondas largas e sons graves.

Explosão supersônica

Quando um avião de caça ultrapassa a barreira do som, a sensação aqui embaixo é que uma bomba explodiu. Ao acelerar até a velocidade do som (em torno de 1 100 km/h, o chamado Mach 1), o avião empurra as ondas sonoras, que se concentram junto ao seu bico. No instante em que ultrapassa o Mach 1, deixa para trás as ondas de som, que se expandem pelo ar rapidamente, até o chão. No choque contra o solo, elas provocam um estrondo.

Quem sabe é super

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A voz humana libera, durante uma conversa, um tênue calorzinho. Para manter uma lâmpada de 50 watts acesa, seria preciso dois milhões de pessoas falando ao mesmo tempo.

Por que dois?

Você tem dois ouvidos, e não um, para localizar os sons. O cérebro analisa qualquer diferença nos sons que chegam a um ouvido e a outro, e calcula a sua origem.

Se a fonte está atrás da cabeça, o som atinge os ouvidos ao mesmo tempo.

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Virar a cabeça faz com que o som chegue mais rápido a um dos ouvidos. Assim, é possível saber de onde ele vem.

Se a fonte muda de lugar, o som chega antes a um dos ouvidos. O cérebro a localiza com base na mudança de velocidade.

Ecos que enxergam

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O ultra-som, que permite aos morcegos voar no escuro, também ajuda os médicos a enxergar bebês dentro do útero. O guincho do morcego ecoa nas paredes das cavernas, avisando sobre os obstáculos. O ultra-som médico emite ondas que atravessam a barriga, batem nos órgãos do bebê e voltam para o aparelho, formando uma imagem na tela, com a ajuda de um computador.

Empurra-empurra

O choque entre as moléculas de ar produz o som.

Quando você joga uma pedrinha num lago, produz ondas que se espalham, embora a água fique essencialmente no mesmo lugar. Algo parecido ocorre no ar, com as ondas sonoras.

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1. O movimento da corda do violão desloca para a frente as moléculas de ar, que se chocam com as outras que estão ainda mais adiante.

2. Depois do choque, as moléculas voltam ao seu lugar original. As que foram empurradas, por sua vez, vão bater nas seguintes, e assim sucessivamente. Assim nasce uma onda.

O som onipresente

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Conheça os limites da audição.

Tremores da terra

Terremotos, cachoeiras e vulcões produzem uma grande quantidade de ondas com freqüências inferiores a 20 vibrações (ciclos) por segundo, os infra-sons.

Grandalhão discreto

O contrabaixo merece o nome que tem. Sua corda Mi vibra 62 vezes por segundo, um dos sons mais graves (baixos) entre os instrumentos de corda.

A mosca sinfônica

Os zumbidos do violino ultrapassam 2 000 vibrações por segundo. Mais agudo que isso, só algumas notas do piano.

O sonar do golfinho

O cetáceo se comunica por vibrações ultra-sônicas de até 120 000 ciclos por segundo. Ele usa esses sons para caçar e se orientar.

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