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Páginas quase viradas

Da descoberta dos santos antibióticos à tecnologia de ponta e às campanhas de vacinação em massa correndo pelo mundo, em breve muitas das doenças que assombraram a humanidade estarão acabadas para sempre.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h38 - Publicado em 31 jul 2003, 22h00

Poliomielite

Não existe segredo: a chave está na gotinha embaixo da língua. Desde 1988, quando a Organização Mundial de Saúde divulgou uma campanha pela administração da vacina Sabin, o número de casos de pólio, também conhecida como paralisia infantil, caiu mais de 95% no mundo todo. Na Índia, 135 milhões de crianças chegaram a ser vacinadas em um só dia. O vírus, que ataca o sistema nervoso central, causando a paralisia, é transmitido pela boca – sim, as pessoas engolem o bichinho e o passam para a frente por meio das fezes. Felizmente a doença já está praticamente erradicada no Brasil. Especialistas esperam poder declarar o país oficialmente livre da pólio até 2005.

Rubéola congênita

A rubéola, por si só, nada tem de tão mau assim – fora a febre e a vermelhidão pelo corpo. O perigo é quando uma gestante contrai a doença. Dependendo da fase da gravidez, a rubéola pode causar danos graves ao futuro bebê, como má-formação dos olhos, ouvidos e intestinos, cegueira, surdez e até mesmo a morte. Países como Estados Unidos e Inglaterra diminuíram bastante a incidência da doença vacinando mulheres em idade fértil e ampliando os serviços de pré-natal.

Sarampo

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Ficar cheio de bolinhas vermelhas pelo corpo, com febre alta e aversão à luz forte são alguns sintomas do sarampo, doença que atinge cerca de 30 milhões de crianças a cada ano e mata por volta de 900 mil. É possível eliminar o mal com vacinação em larga escala. Na segunda metade do século 20, a projeção era erradicar a doença até o ano 2000 – infelizmente, o vaticínio não se cumpriu, pois o sarampo tem seus ardis. Ele é um vírus de transmissão respiratória e se espalha com muita facilidade. Vira e mexe o vírus volta com força total. Mas a medicina ainda tem esperança de extinguir a doença nos próximos anos. “O sarampo é potencialmente erradicável, mas hoje ele ainda é um desafio para a ciência”, afirma Ricardo Tapajós, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Bócio

Disfunção da tireóide que causa o chamado “papo” e que aparece quando há insuficiência de iodo no organismo. A estratégia para a erradicação do bócio é simples e vem sendo utilizada pela maioria dos países do mundo com excelentes resultados: acrescentar doses de iodo no sal de cozinha. E, por mais pobre que seja a dieta, sal todo mundo come.

Hepatite B

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Doença grave, que não tem cura e pode causar câncer, mas que pode deixar de existir a qualquer momento. A vacina contra hepatite B é de alta eficiência, pois é produzida com apenas uma parte do vírus – portanto causa poucos efeitos colaterais. O grande problema – e suspeita-se que seja por isso que a doença ainda não tenha sido erradicada – são os altos custos da vacina, que só recentemente começou a ser fornecida pela rede pública.

Tétano

Em muitos países, como na Alemanha, o tétano já foi erradicado. Causado por bactérias presentes no solo, qualquer ferimento – até simples arranhões – pode ser uma porta de entrada. A proteção é feita pela vacina, método simples e de baixo custo, fornecida gratuitamente nos postos de saúde. O que muita gente infelizmente ainda não sabe é que a imunização deve ser repetida a cada dez anos e as gestantes não podem deixar de ser vacinadas de jeito nenhum.

 

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