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Perda de florestas leva à disseminação de doenças, indica pesquisa

Estudo de Stanford mostra relação entre primatas e humanos em zonas florestais de Uganda.

Por Carolina Fioratti
8 abr 2020, 14h53

Uma pesquisa realizada pela Universidade Stanford (EUA) analisou as relações entre primatas e humanos que vivem nos arredores do Parque Nacional da Floresta de Kibale, em Uganda. O estudo indica que o desmatamento das florestas, que dão lugar a campos agrícolas, abre espaço para a introdução de novos vírus na sociedade. A medida que os animais perdem seus habitats, ficam mais próximos dos humanos, podendo nos transmitir novas doenças. 

O vírus causador da Covid-19, por exemplo, veio de animais e se instaurou no homem, possivelmente através do consumo de carne infectada. Na China, existe o costume de comer carne de urso, pangolin e morcego, entre outros animais exóticos. Mas há um exemplo ainda mais famoso: o surgimento da Aids, em que o vírus foi transmitido aos humanos através do chimpanzé. 

Diversas florestas ao redor do globo têm sido devastadas para dar espaço ao agronegócio. Os pesquisadores de Stanford notaram que, em Uganda, as terras agrícolas que surgiam ao redor das florestas se tornavam os lares de famílias que procuravam naquele espaço a chance de garantir seu sustento. Mas, isso acabava gerando visitas indesejadas dos dois lados. 

Os moradores locais costumam evitar os primatas que vivem na Floresta de Kibale, porque, além de saber dos riscos de doenças, esses animais também são protegidos por leis específicas. Mas a proximidade torna os encontros inevitáveis. Os animais acabam invadindo as plantações, enquanto os humanos se aventuram pela floresta em busca de árvores, por exemplo, para obter madeira.  

Mas há algumas formas de evitar possíveis desastres causados pela interação entre pessoas e animais. A primeira é a criação de zonas tampão ou zonas de amortecimento. Funciona assim: constrói-se uma espécie de fronteira entre a floresta e a zona agrícola, e esse espaço é utilizado para reflorestamento. O segundo método é conceder ajuda financeira aos povos que vivem nesses locais. O oferecimento de alguns recursos já evitaria as constantes visitas às florestas, por exemplo. E, por fim, a diminuição do desmatamento é imprescindível para que os animais não percam seus habitats naturais e não precisem buscar alimentos nas plantações.

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