Cientistas franceses anunciam uma revolução – a pílula que provoca aborto no começo da gravidez. A droga, chamada Mifepristona ou RU 486, bloqueia a passagem da progesterona, hormônio fundamental na gravidez, para o óvulo fecundado. Sem a progesterona, os tecidos que fixam o ovo no útero deixam de crescer e ocorre, sem traumas para o organismo, dois ou três dias depois.
A “pílula francesa”, como já é conhecida, pode mexer nos dados da discussão sobre o aborto em países como o Brasil, onde a prática é proibida. Mas na própria França a tendência é confinar o medicamento às clínicas do governo onde o aborto é autorizado. Seja como for, a sua eficiência nunca é total: funciona em 70 por cento dos casos em gestações de até sete semanas; quando a gravidez têm de oito a dez semana, o índice cai para 50 por cento.