Texto Inara Campos Chayamiti
Depende do tipo de excesso de peso – para cada um, há um tratamento mais eficaz, que leva em conta quantos quilos a pessoa precisa perder, os benefícios e os riscos de cada opção. Para saber em qual categoria o gordinho se enquadra, é preciso antes descobrir qual o índice de massa corpórea (IMC) da pessoa, uma medida que leva em conta a altura e o peso (veja como se calcula no quadro ao lado). Depois do diagnóstico, é aplicar a receita certa para o combate à gordura. Como regra, uma prática recomendada é a combinação de algum tipo de reeducação alimentar com atividade física. “Boa parte daqueles que sofrem com excesso de peso se beneficiaria se fizesse exercícios e comesse muito do que engorda pouco e pouco do que engorda muito”, afirma o médico José Ernesto dos Santos, especialista em nutrição e transtornos alimentares da USP de Ribeirão Preto. Na maioria das vezes, emagrecer não é tão difícil – o problema é manter a silhueta esbelta: 95% dos obesos que emagrecem voltam a engordar.
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O tratamento ideal depende do resultado do cálculo acima
IMC = Peso/(altura x altura)
O índice de massa corpórea (IMC) é o resultado da divisão do peso pelo quadrado da altura de uma pessoa. O ideal é que essa conta dê entre 18,5 e 24,9. Resultados abaixo de 18,5 indicam pessoas muito magras. Acima de 25 já é excesso de peso.
IMC entre – 25-30 – BREPE
MELHOR TRATAMENTO – Alimentação balanceada e atividade física moderada.
PERDA ESTIMADA DE PE – Até 3,5 kg por mês.
PESQUISA QUE COMPROVA – Um grupo de 54 adultos passou dois meses comendo poucos alimentos calóricos, fez caminhada 3 vezes por semana e academia 2 vezes. Cada um perdeu em média 4 kg.
PRINCIPAL DIFICULDADE – Não exagerar na comilança e não desencanar dos exercícios.
COMO ENFRENTAR – Comer frutas, legumes e verduras, que são menos calóricos e saciam a fome.
COMENTÁRIO – “O problema é que as pessoas levam 10 anos para engordar 15 kg e querem perder tudo em dois meses. Aí, aderem às dietas da moda, que podem levar à desnutrição”, afirma o bioquímico Roberto Carlos Burini, da Unesp de Botucatu.
IMC entre – 30-40 – OBESIDADE
MELHOR TRATAMENTO – Reeducação alimentar aliada a remédios inibidores de apetite ou que diminuem a absorção de gorduras.
PERDA ESTIMADA DE PE – Até 10% em 6 meses.
PESQUISA QUE COMPROVA – Um estudo realizado no Centro de Pesquisa Biomédica Pennington, nos EUA, constatou que 67% dos pacientes que tomaram sibutramina (ativo inibidor de apetite) perderam 5% do peso inicial em 6 meses. PRINCIPAL DIFICULDADE Efeitos colaterais, como taquicardia e aumento da ansiedade.
COMO ENFRENTAR – Usar os remédios apenas pelo tempo prescrito – geralmente, de 6 meses a 1 ano.
COMENTÁRIO – “Para evitar o efeito sanfona, é preciso mudar a alimentação e fazer exercícios”, diz Rosane Ribeiro, nutricionista da USP de Ribeirão Preto.\
IMC maior que – 40 – OBESIDADE MÓRBIDA
MELHOR TRATAMENTO – Se o paciente já está há pelo menos 5 anos tentando emagrecer sem sucesso, recomenda-se a cirurgia de redução do estômago, já que o excesso de peso compromete demais a saúde.
PERDA ESTIMADA DE PE – De 40 a 60 kg por ano.
PESQUISA QUE COMPROVA – Pacientes mantêm 60% da perda de peso até 14 anos após a cirurgia, diz a Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica.
PRINCIPAL DIFICULDADE – O índice de mortalidade da cirurgia – até 2%, considerado alto – e os problemas pós-cirúrgicos, que vão de náuseas à anemia.
COMO ENFRENTAR – Com acompanhamento médico, nutricional e psicológico.
COMENTÁRIO – “A cirurgia é o começo do tratamento e não resolve a obesidade causada por doenças como compulsão”, diz José Ernesto dos Santos, da USP.