PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Remédios que já existem no mercado podem ajudar no tratamento de câncer

Pesquisa sugere que usar compostos de determinados remédios pode ser uma alternativa ao desenvolvimento de medicamentos do zero – um processo longo (e caro)

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 20 jan 2020, 18h34 - Publicado em 20 jan 2020, 18h30

Novos medicamentos para o tratamento de câncer estão mais próximos de surgir 一 ou talvez, já estejam aí. Uma pesquisa recente resgatou compostos usados no combate de outras doenças, como diabetes, e aplicou em testes para verificar se eles seriam capazes de matar células cancerígenas. 

A maioria dos remédios selecionados para a pesquisa não foi desenvolvida para o combate ao câncer. Na verdade, apenas um quarto dos mapeados tinham tal objetivo prévio. No entanto, os cientistas observaram que alguns compostos respondiam positivamente a tipos específicos da doença.

Foram 4.518 medicamentos combinados a 578 linhas de células cancerígenas, obtendo, ao fim, 50 novos compostos que atenderam às expectativas. A triagem foi feita utilizando o PRISM 一 ferramenta que utiliza as características moleculares das linhas celulares para identificar biomarcadores preditivos de sensibilidade ao medicamento. Com isso, foi mostrado, por exemplo, que o remédio lovastatina (usado no controle do colesterol) é um forte inibidor de células-tronco da leucemia.

Dentre esses compostos, 11 medicamentos pareceram agir de maneira similar. Tudo indica que eles induzem uma interação entre as proteínas PDE3A, que age na regulação da pressão arterial, e SLFN12, com utilidade ainda desconhecida. Por outro lado, muitos dos tratamentos de câncer já conhecidos apenas inibem enzimas. Steven Corsello, principal autor da pesquisa, explicou à Scientific American que a observação possibilitará o desenvolvimento de novas terapias. “Os medicamentos que encontramos são um bom ponto de partida para fazer isso”, disse o pesquisador.

Como é o tratamento de câncer hoje

Os medicamentos quimioterápicos utilizados atualmente foram desenvolvidos décadas atrás, com poucas adaptações e aprimoramentos. Mas há uma explicação: o desenvolvimento de novos remédios é extremamente caro e demorado. São necessários anos de pesquisa, que muitas vezes nem avança da fase laboratorial – e quando passam, enfrentam ainda um longo processo de testes de segurança.

Continua após a publicidade

Mesmo que cheguem à etapa final, a taxa de sucesso é pequena: menos de 15% dos compostos que entram em desenvolvimento clínico são aprovados. Alguns medicamentos, por exemplo, são super eficientes, mas são nocivos demais para que seja permitida a aplicação em pacientes. Por tais motivos, o reaproveitamento de medicamentos é visto como promissor.

Como forma de agrupar as informações e facilitar a pesquisa para outros cientistas, foi criada a Biblioteca de Reaproveitamento, interativa e online. Três passos resultaram em sua existência: primeiro, identificaram e adquiriram os compostos para teste; em seguida, anotaram suas atividades e indicações clínicas já conhecidas; por fim, confirmaram as identidades e pureza dos medicamentos. A biblioteca possui dados de mais de seis mil medicamentos, desde remédios dermatológicos até antialérgicos – e a inclusão de mais 300 já está prevista. 

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.