Se os seus avós, tios ou outros parentes tiveram câncer, não entre em pânico. A responsabilidade dos genes pela doença não é tão alta quanto se pensa, diz o médico sueco Paul Lichtenstein, do Instituto Karolinska, em Estocolmo. Ele divulgou, em agosto, o resultado do mais completo estudo já realizado sobre o assunto, cobrindo 11 tipos de câncer em pacientes suecos, dinamarqueses e finlandeses. Em todos os casos, a culpa pelo mal vem de causas que nada têm a ver com a genética, como a poluição, os hábitos alimentares e os vícios, entre eles o de fumar.
O câncer da próstata, por exemplo, é determinado por esses fatores em até 58% dos casos; o do seio, em 73%; e o do pulmão, em mais de 80%. Comentário à revista Newsweek feito pelo médico Robert Hoover, diretor do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos: “O fatalismo do público em relação à doença é totalmente infundado”.