Existe remédio para a Aids?
Sim, vários, felizmente, embora só controlem a doença, sem curá-la, ainda. O primeiro medicamento contra Aids, o AZT, está completando uma década. O AZT surgiu em 1987, quatro anos depois da descoberta do HIV. Mas sua eficácia só foi comprovada, para valer, em 1989. Esse remédio acaba com a enzima que transforma o RNA do vírus em DNA, a única maneira que ele tem de entrar no núcleo das células.
Nos últimos anos, o número de drogas no mercado se multiplicou (veja tabela). O principal motivo – além da gravidade da doença, é claro – é a rapidez com que novos remédios para a Aids são aprovados pelos órgãos responsáveis: três anos. Bem menos do que uma droga para hipertensão, por exemplo, que leva dez anos em testes.
A grande esperança agora não é um remédio, mas o coquetel que associa inibidores de protease (a enzima que ajuda o vírus a amadurecer) e de transcriptase (a enzima que transforma RNA em DNA). “Acredito que na próxima década surgirão drogas mais eficientes”, anima-se o oncologista Drauzio Varella, um dos maiores especialistas em tratamento de Aids no Brasil. “Um coquetel antivírus, embora não traga a cura, poderá impedir o desenvolvimento da doença por tempo indefinido, talvez até por toda a vida do paciente contaminado”, diz, otimista.