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Vacina de Oxford é eficaz contra variante de coronavírus do Reino Unido

Testes feitos em laboratório mostraram que ela protege em cerca de 74,6% dos casos – taxa ligeiramente menor que a geral.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 5 fev 2021, 22h07 - Publicado em 5 fev 2021, 21h45

Até o início de fevereiro, pelo menos dez vacinas contra a Covid-19 já haviam conseguido aprovação para uso emergencial em alguma parte do planeta. Uma vez comprovado que imunizantes podem impedir que pessoas contraiam sintomas graves, a tarefa dos cientistas passa a ser responder outras perguntas. Quanto tempo, afinal, dura a imunidade? Ela funciona da mesma maneira para jovens e idosos? Os sintomas de alguém infectado serão menos intensos caso essa pessoa se vacine?

A principal pergunta do momento, porém, diz respeito a eficácia contra outras versões do vírus. Pessoas vacinadas ficam imunes de outras variedades de Sars-CoV-2 como as identificadas em Manaus, África do Sul ou Reino Unido, por exemplo? Trata-se de uma dúvida pertinente, porque vacinas já aprovadas ou que estão na fase final dos testes clínicos foram criadas a partir do sequenciamento genético do vírus identificado em Wuhan, na China, ainda em dezembro de 2019.

As respostas para parte dessas questões começam a chegar agora, com a publicação de novos estudos por parte dos laboratórios. Nesta sexta-feira (9), foi divulgado que a vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford/AstraZeneca, é capaz de proteger contra novas variantes do coronavírus. O imunizante já teve seu uso emergencial aprovado em mais de 50 países.

A vacina foi testada em pacientes infectados pela B.1.1.7, linhagem de vírus que foi identificada pela primeira vez no Reino Unido em dezembro e já se espalhou por mais de 70 países. Estima-se que ela seja algo entre 25% e 40% mais contagiosa.

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De acordo com um novo estudo, que ainda não foi revisado por um grupo independente de cientistas mas já está disponível neste link, a eficácia da vacina é ligeiramente menor. Testes feitos em laboratório mostraram que ela protege em cerca de 74,6% um percentual abaixo dos 82% garantidos por duas doses do imunizante contra variantes comuns. Ainda não foram divulgados ainda dados sobre a eficácia contra a variante de Manaus.

Perdas de eficácia contra novas linhagens existem o que torna a tarefa dos cientistas de acompanhar o surgimento de novas variantes pelo mundo ainda mais importante.

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Em novos estudos que analisaram a variante britânica, Moderna e Pfizer/BioNTech tiveram eficácia abaixo dos 90% prometidos contra a primeira linhagem de vírus. Nesses casos, os números oscilaram entre os 50% e 60%. A versão de vacina desenvolvida pela Johnson também teve eficácia semelhante contra a variante da África do Sul (57%).

Vacinas como as desenvolvidas pelos laboratórios Novavax e Janssen, que só recentemente começaram a publicar os resultados de eficácia geral de seus produtos, já consideraram nos cálculos as infecções por novas variantes. No caso da Novavax, que testou 15 mil voluntários britânicos, a eficácia ficou na casa dos 89%. Metade dos pacientes testados havia sido infectada pela variante B.1.1.7. No caso da variante sul-africana do coronavírus (B.1.351), encontrada em mais de 30 países, os resultados ficaram bem abaixo: 49.2%.

Não se sabe ainda a resposta que Coronavac, vacina do laboratório chinês Sinovac desenvolvida em parceria com o Instituto Butantã que vem sendo amplamente usada no Brasil, têm para outras variantes mais transmissíveis de vírus. O Brasil ultrapassou, no fim desta semana, a marca dos 3 milhões de pessoas vacinadas.

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