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5 dicas para lidar com seu amigo petralha ou coxinha numa boa

Um guia de bolso para pacificar amizades e relações de parentesco com quem pensa diferente de você

Por Tiago Jokura Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 out 2016, 19h08 - Publicado em 24 out 2016, 18h52

Atire a primeira pedra quem nunca engatou – ao menos em pensamento – um diálogo desse. E atire mais uma quem nunca deu #unfollow naquele amigo ou parente admirado que o decepcionou ao manifestar visões de mundo absurdas no Facebook. Antes que as pedras acabem ou que role um apedrejamento coletivo, a SUPER preparou uma lista de recomendações para que o diálogo entre pessoas com pontos de vista polarizados seja possível. Sem ironia e ao mesmo tempo sem perder a graça:

1. Pense diferente – ao menos se esforce para isso

Nosso cérebro é bombardeado com informações a cada segundo. Nas redes sociais, no WhatsApp, no rádio, no elevador. Para manter um mínimo de ordem nas ideias, ele faz uma seleção automática dos fatos e dados que confirmem nossas convicções e reforcem nossa identidade.

Na psicologia, este fenômeno é chamado de “viés de confirmação”. Isso vale para qualquer lado do espectro político-ideológico-religioso-futebolístico-genérico-sexual. Quando lemos uma notícia, assistimos um debate político ou temos uma acalorada conversa de bar – ou de Facebook – nossa cabeça está em constante busca de dados, frases e informações que confirmem nossas “crenças” fundamentais, sem filtro. Isso explica porque duas pessoas com visões de mundo divergentes podem ler uma mesma notícia e ter interpretações diametralmente opostas a respeito dela. E não tem preconceito: o viés de confirmação se manifesta igualmente entre pessoas com níveis de escolaridade diferentes.

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2. Procure se informar em fontes diferentes

O viés de confirmação não só nos leva a interpretar o mundo de uma forma pré-determinada, enviesada. Ele também nos direciona a procurar por fontes de informação que confirmem nossas convicções. Isso reverbera de maneira intensa no Facebook. O algoritmo que seleciona o que aparece no nosso feed de notícias identifica nosso padrão de curtidas (por links, usuários e palavras-chave) e tende a entregar só o que queremos ouvir – e clicar, claro. Criada esta bolha de isolamento, aparece o “efeito de falso consenso”, a ilusão de que todas as pessoas ao redor – ou ao menos as que mais nos importam – pensam igualzinho a gente e isso é o “normal”. De acordo com Alex Pentland, diretor do MIT Connection Science, pessoas que se apegam muito a suas bolhas tomam decisões com base em menos informações, resultando em piores resultados.

3. Pegue leve no discurso

Uma vez que nos identificamos como os portadores do discurso razoável, “normal”, o restante das pessoas tende a ser encarado como uma minoria extremista. Sentir que todos concordam conosco nos estimula a adotar um discurso mais brusco e definitivo – para não dizer inquestionável e intolerante. Nessa, nossos pares nos ovacionam enquanto nossos “adversários” se alimentam dos aplausos de suas bolhas particulares. Daí para começar a xingar quem está “do outro lado” ou na outra turma, não demora.

4. Não ataque – nem sinta-se pessoalmente atacado

Quando os ataques começam, todos se igualam, mas não se juntam. A tendência é personalizar os insultos – tanto os dados como os recebidos – e cada um se fechar ainda mais em sua redoma de realidade. O último passo é o block, #unfollowing e a desistência de argumentar com qualquer um que seja identificado como contrário a nossas ideias arraigadas. A classificação compulsiva das pessoas em algum dos “times” é um sintoma de que talvez estejamos engajados demais em defender nossas ideias em vez de defender nossa sanidade mental, nossas relações sociais e nosso compreensão crítica do mundo.

5. Não fuja do “inimigo”. Procure-o

Alimentar a polarização e fugir do diálogo não ajuda a avaliar com clareza de pensamento as propostas de candidatos ou as ideias de opositores. O primeiro passo para reverter este quadro é não demonizar o “outro lado”, e muito menos tratá-lo como massa de manobra ou um bando de acéfalos. Em vez de enxergarmos os oponentes como ameaças, por que não procurarmos desenvolver empatia e até nos esforçar para compreender as bases do pensamento deles? Quem sabe não descobrimos problemas em comum e trabalhemos em cooperação para a solução deles? De acordo com Amanda Crowell, doutora em políticas educacionais da Universidade de Pittsburgh (EUA), pessoas com orientações opostas, quando confrontadas pessoalmente em busca de pontos em comum, costumam rever suas posições – geralmente optando por uma terceira via, conciliadora – e trabalhar em conjunto para resolver problemas. Quem sabe, assim paramos de atirar pedras nas redomas uns dos outros.

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